Política Titulo Editorial
Na direção errada
Do Diário do Grande ABC
29/11/2015 | 08:34
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Aline Pietri/DGABC


Segundo dados do Observatório Nacional de Segurança Viária, no ano 2000, quando o Brasil tinha 170 milhões de habitantes e a frota de veículos era de 30 milhões, ocorreram 28.935 mortes no trânsito em todo o País. Já os números mais atualizados, de 2013, mostram evolução do quadro negativo: a federação tinha 200 milhões de habitantes, 82 milhões de automóveis e registro de 42.266 mortes em decorrência de acidentes.

Segundo o Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde, de 2008 a 2013 aumentaram 72,4% as internações devido a acidentes de transporte terrestre. Em 2013, o SUS (Sistema Único de Saúde) registrou 170.805 internações por colisões de trânsito e R$ 231 milhões foram gastos no atendimento às vítimas – sem os custos com reabilitação e medicação.

O cenário é grave e preocupante. O poder público endureceu as leis, criou campanhas, implantou projetos, melhorou estradas, sinalizou ruas e avenidas. Mas nada capaz de reduzir os números.

Este Diário traz hoje um ponto pouco abordado, mas que está entranhado na problemática da segurança viária: a atuação das autoescolas. Essas empresas são responsáveis por formar o condutor. E muitas vezes há fraude no processo. Na prática, leva para as ruas pessoas com caminhões, carros e motos sem habilitação legal e técnica. Resultado: trânsito cada vez mais violento. No Grande ABC, são 30 dos 239 estabelecimentos sob investigação do Detran-SP.

A Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara Federal debateu em 2013 o tema. Uma das conclusões foi direta: faltam recursos e pessoal para fiscalizar o sistema. Mas pouco se avançou para corrigir o prumo. Houve endurecimento nas regras para tirar CNH (Carteira Nacional de Habilitação), por exemplo. Num primeiro momento, dificultou as irregularidades. Mas não demorou para o meio ilícito contornar a legalidade.

É preciso fiscalização rígida, seja para execução das leis de trânsito, seja para tornar apto o cidadão que deseja se locomover em veículos automotores terrestres. Hoje, estamos na direção errada. 




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