Política Titulo Editorial
Acordo, já
Do Diário do Grande ABC
25/11/2015 | 08:08
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Aline Pietri/DGABC


Segundo maior gerador de empregos do segmento industrial no Grande ABC, o setor químico enfrenta uma das crises mais agudas da história. Raio X da atividade mostra que o ritmo das demissões supera em demasia o de contratações, pressionando para cima o saldo de vagas eliminadas. Nos dez primeiros meses de 2015, as empresas do ramo fecharam 2.492 postos nas sete cidades. Causa preocupação o fato de saber que o fundo do poço ainda está distante.

Paira sobre o setor químico ameaça que tem o poder de colapsar a produção na região. Trata-se da propagada intenção da Braskem de encerrar as atividades no polo do Grande ABC, localizado na divisa de Santo André com Mauá, caso a Petrobras não feche com a companhia contrato de longa duração para o fornecimento de nafta, a principal matéria-prima utilizada em suas fábricas. O ultimato, revelado com exclusividade pelo Diário, vence em 15 de dezembro.

Atualmente, o abastecimento do produto está sujeito a aditamentos do contrato original, que se renovam a cada 45 dias e criam insegurança na companhia, cujo planejamento requer prazos mais amplos. Faz alguns meses que a Braskem busca o diálogo com a Petrobras para chegar a acordo, mas os esforços têm sido em vão. Se a situação se tensionar a ponto de impedir solução, e a empresa cumprir a ameaça de fechar as portas no Grande ABC, 31 mil postos de trabalho estarão ameaçados – atualmente, o segmento emprega 37.610 pessoas nas sete cidades.

Além de causar catástrofe trabalhista e social, o eventual fechamento da Braskem na região colocaria em risco o financiamento de políticas públicas em duas cidades do Grande ABC. Sessenta por cento da arrecadação de Mauá, por exemplo, advêm de impostos recolhidos pela petroquímica. Em Santo André, o percentual equivale a 30%. Como se vê, a manutenção da companhia na região é imprescindível. Por isso, a Petrobras precisa aceitar a proposta de diálogo e tratar logo de garantir o abastecimento de nafta, sem sobressaltos. É o que toda a sociedade espera.  




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