O líder espiritual tibetano, Dalai Lama, disse que a Olimpíada de Pequim representa uma oportunidade para o mundo lembrar a China da necessidade de se respeitar os direitos humanos.

 “Para ser uma boa anfitriã para os Jogos Olímpicos, a China deve melhorar seus índices no campo dos direitos humanos e da liberdade religiosa”, disse Dalai Lama em uma entrevista à emissora indiana NDTV.

 As afirmações de Dalai Lama surgem para desencorajar as hipóteses de boicote aos Jogos, defendidas nos últimos dias por alguns líderes políticos após a violenta repressão das manifestações ocorridas no Tibete. Pequim acusa Dalai Lama de querer sabotar os Jogos encorajando os protestos. O líder religioso, no entanto, negou esta intenção, chegando até a dizer que renunciaria a sua função de líder espiritual caso a violência continuasse.

 Ontem, um grupo de atletas franceses lançou um apelo, em uma carta aberta ao presidente chinês, Hu Jintao, para pedir que respeite os direitos humanos. “Não podemos ser reféns da política, nem aval de um regime autoritário. É por isso, senhor presidente, que pedimos hoje, solenemente, que respeite sua palavra. Não arruíne os Jogos”, diz trecho do comunicado.

 O temor de boicote aos Jogos fez com que aumentassem os rumores de que grandes corporacões que patrocinam a Olimpíada, como Coca-Cola, Volkswagen e Adidas, pudessem romper seus acordos. Ontem, no entanto, essas empresas gararantiram que seguirão parceiras dos Jogos, que acontecem em agosto.