A utilização do chuveiro flex ou híbrido, que pode ser usado a partir de energia elétrica ou solar, pode diminuir a frequência de picos no uso de energia e ajudar a reduzir a possibilidade de blecautes, segundo o presidente da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), Mauricio Tolmasquim. Ele fez o comentário ao detalhar a decisão do governo de adoção do chuveiro híbrido em 2 milhões de habitações a serem construídas no Minha Casa, Minha Vida 2, e em mais 260 mil moradias já existentes, em famílias de renda até três salários-mínimos, no âmbito do Programa de Eficiência Energética.

A ideia é que a opção por outro tipo de energia faça com o que o consumidor ajude a diminuir possíveis sobrecargas em horários de ‘auge' de consumo de energia elétrica, tornando assim o sistema mais equilibrado e menos suscetível a problemas.

Para o empreendimento, estão destinados em torno de R$ 3,4 bilhões do OGU (Orçamento Geral da União) que serão desembolsados até 2014 - prazo em que as 2,260 milhões de casas já terão a opção de uso do novo tipo de chuveiro. "Calculamos que em torno de 10 milhões de pessoas serão beneficiadas", afirmou.

Tolmasquim explicou que o uso do chuveiro híbrido pode representar economia de 1.200 gigawatts ao ano, o que seria suficiente para abastecer 650 mil residências por um ano, segundo cálculos do executivo. Ele reconheceu que o custo de instalação do chuveiro, em torno de R$ 1.700, é oneroso, mas comentou que, no longo prazo, o uso do equipamento torna-se benéfico para o brasileiro.

De acordo com cálculos da EPE, o chuveiro híbrido pode conduzir a economia em torno de 40% do consumo mensal de energia elétrica das famílias de baixa renda.

Além disso, o governo estuda junto com a Caixa Econômica Federal a adoção de modalidade de crédito para ajudar famílias com renda acima de três salários-mínimos a pagar pela instalação do novo chuveiro. "Mas isso é só uma ideia, ainda está em estudo", comentou. Ele participou do Rio Gas Forum 2010 realizado no Rio de Janeiro.