O delegado já ouviu José Lopes. ``Ele negou que tenha tido participaçao no seqüestro, mas há fortes evidências do seu envolvimento no episódio. Por exemplo: ele é garimpeiro, sempre esteve envolvido com madeireiros - é o tipo de pessoa que os índios nao gostam - e, mesmo assim, mora há 10 anos dentro da aldeia Baú, dos caiapós', disse Pantoja.
A PF apurou também que a Funai sempre teve conhecimento de que José Lopes (que se apresentava como Francisco Lopes) estava morando na aldeia. Segundo agricultores de Novo Progresso, José Lopes sempre agiu com os caiapós, informando os locais onde os pescadores acampam. Os índios, entao, roubavam os pertences dos pescadores e Lopes se encarregava de vender os produtos.
A PF ainda nao ouviu Francisco Rocha, da Funai. ``É muito difícil obter informaçoes, porque quase todo mundo em Novo Progresso está envolvido com a atividade madeireira. Ninguém quer prejudicar o setor', disse Pantoja.
A prefeitura de Novo Progresso e a Funai estao brigando na Justiça pela demarcaçao da Terra Indígena Baú, que tinha 650 mil hectares e passará a ter 1,85 milhao de hectares.
No último episódio, a prefeitura conseguiu brecar o processo de demarcaçao no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília. O clima continua muito tenso entre os agricultores da área em litígio e os caiapós.
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