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Catador preso por crime que não cometeu é solto em Mauá
Mário César de Mauro
Do Diário do Grande ABC
29/08/2003 | 23:56
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O catador de papel Israel de Oliveira, 34 anos, morador da Vila Assis, em Mauá, foi solto neste sábado às 20h da Cadeia Pública da cidade. Ele permaneceu 68 dias preso por conta de um assassinato que não cometeu. Oliveira, analfabeto e pobre, casado e pai de uma menina, perdeu sua identidade em 2001, não registrou o fato na polícia, e teve o documento usado por criminoso que praticou um homicídio em São José dos Campos no mesmo ano. O homicida omitiu o próprio nome para usar a identidade do catador, provavelmente trocando a foto do documento.

O criminoso de São José dos Campos foi preso em flagrante em fevereiro de 2001, e usou a identidade de Oliveira, perdida em Mauá dias antes. Toda a burocracia judiciária sobre o caso acabou sendo feita na cidade do interior, com os dados e o número do registro geral do ajudante, que na verdade nada tinha com o caso.

Em julho de 2001, o criminoso saiu da prisão em liberdade provisória e sumiu. Foi então considerado foragido, conforme registro no sistema da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. A mensagem de procurado contra o nome de Oliveira constou até o dia 23 de junho passado, data na qual o catador foi detido para averiguação por guardas municipais em Mauá e levado para a delegacia.

Oliveira, então, passou a ser interno da Cadeia Pública de Mauá. Em São José dos Campos, o homicida foi recapturado mês passado. Enfim, o engano pôde ser desfeito graças ao advogado do verdadeiro Oliveira, que informou à Justiça sobre o possível erro.

Os juízes de Mauá e de São José dos Campos compararam fotos e impressões digitais dos dois homens, descobriram a identidade do rapaz acusado de homicídio e concluíram que Oliveira estava preso sem ser culpado. Neste sábado, feliz, ao deixar a cadeia, o catador só pensava em recomeçar a vida ao lado da família.




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