Setecidades Titulo Há dois meses
Morador de Santa Terezinha vive dentro de carro

Sílvio mora dentro de automóvel há dois meses, após conflitos familiares

Daniel Tossato
Do Diário OnLine
20/10/2015 | 08:26
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Marina Brandão/DGABC


A cena chama atenção de quem passa pela Rua Pedro Álvares Cabral, no bairro Santa Terezinha, em Santo André. Um senhor, de aparentemente uns 60 anos, limpa e lustra seu carro de maneira única. O veículo está impecável e brilha, diferente da mente do homem que cuida dele incansavelmente. “Meu nome é Sílvio e acho que tenho mais de 40 anos”, diz. Sílvio tem mais de 40 anos, na verdade ele tem 62, já que, segundo ele mesmo, nasceu em 1953.

Há dois meses Sílvio não só limpa o carro, como mora dentro dele. Dorme, lê e come dentro do automóvel, um modelo Chevrolet Astra de cor preta. “Não me lembro ao certo de que ano é o carro, mas ele é todo original, nunca mudei nada”, explica Sílvio, enquanto pensava em encerar o possante.

A história poderia ser mais uma daquelas de amor entre o homem e seu carro, mas o que ocorre ali é o contrário disso. Sílvio está fora de casa por não conseguir conviver com seus familiares. “Houve uma dissolução na minha família”, explica o homem. “Minha família agora é meu carro. Ele é meu filho e se chama Astrólogo”, conclui.

Sílvio não deixa claro o motivo que o fez ir viver dentro de um carro, bem na frente de sua casa. Ele apenas diz que o problema já dura bastante tempo. “Faz mais de cinco anos, mas menos de 10. E acho que não conseguirei mais resolver esta situação”, desabafou.

Outro lado - “A verdade é que ele sempre foi uma pessoa difícil de se lidar”, explicou Tânia, ex-companheira de Sílvio. “Ele está fora de casa, pois ficou impossível de se relacionar com ele. Ele ofende todos que moram aqui em casa. Incluindo seus três filhos”.

Tânia, que é enfermeira, conviveu com Sílvio durante quase 30 anos, mas os dois nunca foram casados. Dessa união nasceram três filhos, sendo duas mulheres e um rapaz, os quais sofrem diariamente com as ofensas de Sílvio. “A situação está insustentável. Mas como tenho dó, sempre ajudo ele de alguma forma. Dou comida e, quando posso, deixo ele tomar banho aqui em casa.”

Tânia diz que fez de tudo para que Sílvio revisse o jeito de ser, mas nunca obteve sucesso. “Fiz de tudo. Falei com familiares e até tentei pagar o aluguel de um outro lugar para ele ficar, mas não tem jeito”.

A enfermeira ainda diz que o ex-companheiro é um ótimo profissional e que a situação poderia melhorar caso alguém o oferecesse um emprego ou trabalho. “Sempre foi um ótimo caminhoneiro. Nunca reclamaram dele em nenhum lugar onde trabalhou. Tenho certeza que se ele tivesse uma ocupação, seria melhor”, diz Tânia, em apelo. 




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