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Corte de investimentos na Sabesp provoca reclamaçoes
Do Diário do Grande ABC
27/04/1999 | 17:09
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O corte nos investimentos da Companhia de Saneamento Básico do Estado de Sao Paulo (Sabesp) está colocando em risco o desempenho da estatal no 346 municípios que atende no interior. Muitas prefeituras que passaram os serviços de saneamento para a empresa do governo estadual consideram-se lesadas. "Confiamos os serviços à Sabesp mas a populaçao está sendo prejudicada com a paralisaçao de obras e atraso no cronograma de investimentos", reclamou o prefeito de Boituva, Edson Marcusso (PFL). Em Boituva as obras de uma estaçao de tratamento de água estao paradas há cinco meses e as da estaçao de tratamento de esgotos seguem em ritmo lento, segundo o prefeito. Outras obras previstas, como a construçao de reservatórios, nem foram iniciadas "Mas a populaçao está pagando as tarifas."

Em Laranjal Paulista, revoltados com a falta de investimentos, os moradores apresentaram na Câmara um projeto de iniciativa popular propondo o rompimento do contrato com a Sabesp. "A conta é alta e a empresa nao está fazendo as obras prometidas", disse um dos coordenadores da movimento, Josias Salto. A Câmara aprovou a rescisao, mas o prefeito Roque Lázaro de Lara (PTB) nao promulgou a lei. O veto do prefeito foi mantido pelos vereadores por 5 votos a 4, em sessao feita nesta segunda (26) à noite. Caso fosse derrubado, o patrimônio e os serviços transferidos à Sabesp em 1997 retornariam para o município. Apesar de terem mantido o veto, os vereadores criticaram o desempenho da estatal. "O compromisso com a cidade nao está sendo cumprindo", disse Alcides Rodrigues (PMDB), presidente da Câmara.

Em Itapetininga a estaçao de tratamento que livraria os ribeiroes do Chá e dos Cavalos do despejo diário de 24 milhoes de litros de esgoto in natura está parada. A obra está orçada em R$ 7,6 milhoes e até a paralisaçao, há dois meses, haviam sido investidos R$ 5,9 milhoes. Segundo o vereador Antônio Albino (PSL), o abandono da obra está prejudicando o conceito da empresa. "Os munícipes estao descontentes, pois pagam a conta mas nao têm o benefício."

Em Iperó, a paralisaçao das obras da estaçao de tratamento de água levará ao caos o abastecimento no próximo verao, segundo o vice-prefeito Emílio Guazelli (PTB).

Sabesp - A Sabesp alega que sofreu um grande corte orçamentário por causa da crise econômica, mas está mantendo obras e serviços prioritários. Segundo a empresa, a crise cambial provocou um atraso na retomada dos investimentos. De acordo com o gerente distrital de Botucatu, Osvaldo Ribeiro Júnior, as obras principais de Iperó e Laranjal Paulista serao concluídas. "Em Boituva, retomamos a construçao da estaçao de tratamento de esgotos e, em Laranjal Paulista, estamos triplicando a capacidade da estaçao de água."

A construçao de uma adutora de água tratada entre Laranjal e o distrito de Maristela depende de autorizaçao do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), pois será usado terreno lindeiro à Rodovia Marechal Rondon. As obras nao prioritárias, segundo Ribeiro, terao que esperar a normalizaçao dos recursos, prevista para junho.




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