A greve dos bancários do Grande ABC, que ontem entrou no terceiro dia, paralisou metade das cerca de 400 agências das sete cidades. Na quarta-feira, o número era de 190. Quanto aos trabalhadores, 3.700 cruzaram os braços, enquanto um dia antes eram 3.600 – o total de pessoas que atuam nessa área é de 7.000.

“Estamos realizando ações diariamente para mobilizar os bancários a aderirem à greve. Até o momento, atingimos as regiões centrais e os bairros limítrofes a essas localidades”, afirma o presidente do Sindicato dos Bancários do ABC, Belmiro Moreira. Segundo ele, nem todos os profissionais conseguem integrar o movimento porque alguns bancos ameaçam seus empregos e orientam que a entrada seja realizada às 6h, três horas antes de seu horário de fato, às 9h, com o objetivo de furar a paralisação. A medida, segundo ele, desrespeita o direito à greve, previsto na Constituição.

Na terça-feira, dia 13, será realizada assembleia na sede social da entidade, às 17h, para que sejam avaliados os resultados dos primeiros dias de paralisação, e traçadas estratégias de ampliação do ato.

Os bancários rejeitaram proposta das instituições de aumento de 5,5% mais abono de R$ 2.500. A categoria pleiteia aumento de 16%, sendo 9,88% do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) nos últimos 12 meses até agosto mais 5,7% de aumento real. E é contra o abono pelo fato de não ser incorporado ao salário e, consequentemente, ao 13º, às férias, ao FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e à contribuição ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Também pede vales alimentação e refeição de um salário mínimo, três salários mais um fixo de R$ 7.246 na PLR (Participação nos Lucros e Resultados), além de melhores condições trabalhistas.