Os funcionários da linha de produção da General Motors em São Caetano estão todos de folga nesta semana. A montadora colocou os cerca de 5.000 empregados das áreas produtivas em day-off, ou seja, descanso com desconto no banco de horas, desde segunda até sexta-feira.

O objetivo, segundo o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, Francisco Nunes, é adequar a fábrica ao alto volume de estoques e ao ritmo fraco das vendas, além de também fazer ajustes na linha de montagem. A empresa tem os pátios lotados e conta com carros guardados até no clube de campo, no Riacho Grande, em São Bernardo.
O sindicato negocia com a empresa a abertura de mais um (terceiro) lay-off – atualmente há 781 trabalhadores suspensos temporariamente –, para evitar demissões, segundo o presidente da entidade, Aparecido Inácio da Silva, o Cidão. Ele diz que a fabricante prometeu dar resposta até amanhã. A GM ameaça demitir 650 pessoas, por causa da ociosidade na unidade fabril.

Ainda segundo o dirigente, atualmente a fábrica produz 528 veículos diariamente, ou seja, em cinco dias, deixará de fabricar 2.640 unidades.

Executivos da empresa já disseram que cogitam adotar o PPE (Programa de Proteção ao Emprego) na fábrica. Porém, Nunes diz que a montadora ainda não discutiu com o sindicato a respeito dessa possibilidade.

CAMPANHA - Metalúrgicos da base da CUT (Central Única dos Trabalhadores) – entre os quais os do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC – iniciaram mobilizações nesta semana, como parte da campanha salarial. Ontem, 1.525 trabalhadores de quatro fábricas de Diadema fizeram paralisações relâmpagos, de uma hora, para pressionar as indústrias a oferecerem propostas salariais melhores.

A reivindicação econômica da FEM-CUT/SP (Federação dos Sindicatos dos Metalúrgicos da CUT no Estado de São Paulo) é a reposição integral da inflação da data-base (9,88%) e mais aumento real, que é negociado em mesa.

Amanhã haverá assembleia na subsede do sindicato, às 18h, para definir os rumos da mobilização.