O Grande ABC registrou até o mês passado 6.924 casos autóctones de dengue, ou seja, transmitidos na região. O número é 845% maior que os 733 pacientes contaminados no mesmo período do ano passado, sem contar São Bernardo, que não informou os dados de 2014. Diante do número alarmante, foi realizada ontem ação de conscientização na divisa de Diadema com São Bernardo. O intuito foi chamar a atenção para os cuidados com a prevenção, por meio de distribuição de panfletos à população.

A cidade com maior número de registros neste ano foi justamente São Bernardo, com 2.620. Diadema vem em seguida, com 2.164; Santo André teve 1.272; Mauá, 515; São Caetano, 334; Ribeirão Pires, 19; e Rio Grande da Serra, nenhum.

No ano passado foram 733 casos registrados no mesmo período, sendo que todas as cidades apresentaram aumento, a não ser Rio Grande.

De acordo com o secretário de Saúde de Santo André e coordenador do GT (Grupo de Trabalho) Saúde do Consórcio Intermunicipal, Homero Nepomuceno Duarte, o intuito é que sejam realizadas mais 12 ações como a de ontem, todas em áreas de divisa. “Conversamos com o secretário (Alexandre) Padilha (PT) e também vamos trabalhar com a Capital. A região avança em conjunto, já que não adianta nada um fazer excelente trabalho se o outro não colaborar”, explicou.

O mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti, também pode carregar os vírus da febre chikungunya, zika e febre amarela. Por isso, o foco da campanha são as ações de combate aos criadouros.

Nepomuceno também destacou que os planos de contingenciamento da dengue dos sete municípios devem ser entregues até novembro. Além disso, o Consórcio irá elaborar documento regional. “Estamos demonstrando para outras cidades que a gente pode fazer trabalho conjunto.”

Participaram do evento os prefeitos de Diadema, Lauro Michels (PV); Mauá, Donisete Braga (PT); e São Bernardo, Luiz Marinho (PT). Os demais enviaram representantes, com exceção de Saulo Benevides (PMDB), de Ribeirão Pires. Também estavam presentes 200 agentes de Saúde de cinco cidades (Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra não enviaram profissionais).

Marinho destacou que cada munícipe deve fazer a sua parte na prevenção. “Se todo o mundo cuidar da sua casa e do seu lote, já ajuda muito”, afirmou.

Michels chamou a atenção para o trabalho em Diadema. “Diariamente estamos fazendo ações para que, quando chegar no auge, nos próximos meses, não tenhamos muitos casos.”

“A dengue não tem município, ela precisa ser combatida de forma unitária. Se não temos ação em conjunto, fica mais difícil”, disse Donisete.

Santo André estimula doação de órgãos

Santo André realiza no sábado a terceira caminhada para incentivo de doação de órgãos. O local de encontro será na Concha Acústica da Praça do Carmo, no Centro, a partir das 9h. Serão percorridas as principais ruas da cidade.

De acordo com dados do município, atualmente são 265 pessoas na fila de espera por um transplante de órgãos sólidos. Desse número, 171 aguardam por um rim, 14 por fígados, 13 por pâncreas, três por corações cinco pelo pulmão, entre outros.

Além disso, para fazer o procedimento na córnea, classificada como tecido, são 58 inscritos, segundo o enfermeiro Paulo Cezar Ribeiro, coordenador da CIHT (Comissão Intra-Hospitalar de Transplante) do CHM (Centro Hospitalar Municipal), que trabalha com notificação e captação de órgãos desde outubro de 2008.

No Grande ABC, são 912 pessoas à espera de um transplante; no País, 32 mil pacientes. No Estado, até o mês de agosto, foram realizados 1.546 transplantes de órgãos, sendo 99 de coração, 1.041 de rim, 366 de fígado e 40 de pulmão.

Neste ano, a média de transplantes mensal em São Paulo é equivalente à de 2014, quando foi atingido o número recorde de 2.343 procedimentos de órgãos, sendo a maioria deles de rim.

No momento, há 12.270 pessoas na fila de espera estadual. Ontem a secretaria premiou os hospitais que mais se destacaram na captação, notificação e realização de transplantes entre agosto de 2014 e 2015.