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Dólar volta a subir e atinge R$ 4,14

Para turismo, cotação chega a R$ 4,44; valorização
leva o consumidor a ajustar seus planos de viagem

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
24/09/2015 | 07:22
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Claudinei Plaza/DGABC


Pela quinto dia seguido, o dólar registrou alta, atingindo ontem nova marca histórica: R$ 4,14, pelo câmbio comercial, passando a ser o maior valor desde o início do Plano Real, em 1994. Essa cotação interessa para as empresas, já que importações e exportações levam em conta essa taxa. Para quem vai viajar ao Exterior, entretanto, o que importa é o dólar turismo, normalmente em torno de 15% mais caro, explica o professor Ricardo Balistiero, coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia.

Ontem, em casas de câmbio da região, quem foi comprar a moeda para viajar a outro país pagou até R$ 4,44 (em espécie). No caso de levar cartão pré-pago, saía por até R$ 4,66, já que incide IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) de 6,38%, enquanto no papel o tributo é de 0,38%.

QUANDO COMPRAR - Se a pessoa tem viagem marcada ao Exterior, dúvida que fica é: espero um pouco mais para ver se o preço cai ou compro já, para me prevenir de perdas maiores? Depende. Balistiero orienta que, se o embarque só vai ocorrer, por exemplo, daqui a três meses, pode ser interessante buscar o preço médio, ou seja, fazer aquisições graduais, em três etapas, agora, daqui a um mês e meio e poucos dias antes da viagem. “Nesse momento, tentar ganhar com o dólar é uma roubada, a ideia é como fazer para perder menos”, diz. Isso porque a moeda pode continuar subindo ou até ter oscilações para baixo no período.

A disparada da taxa cambial assustou e está obrigando muita gente que se programou para viajar a repensar seus gastos lá fora. É o caso da diretora de escola Marta Janete Germano Abílio, 45 anos, moradora de São Caetano. Ela vai para a Disney, nos Estados Unidos, em outubro, com o filho de 16, e comprou dólares nesta semana. “Não ia alugar carro, mas o táxi (em Orlando) ia ficar inviável. Também não vou fazer compras desta vez”, cita. Outra providência se refere à alimentação: “Vamos procurar uma vez por dia fazer uma refeição melhor e depois fazer só um lanche”, afirma.

Já pensando na alta do dólar – a cotação da moeda vinha subindo desde o início do ano – outra consumidora, a advogada Ângela Galluzzo, 60, de São Bernardo, vai viajar para Montevideo (capital do Uruguai) em janeiro, e pode adquirir pesos uruguaios com a venda de reais, sem ter de se preocupar com o dólar. Como ela já fechou em uma agência de viagens a parte aérea (cotada na moeda norte-americana), há alguns meses, a R$ 2,20, se livrou dessa oscilação. “O que pode ter influência do dólar lá são os shows, que são caros, mas isso eu não contratei”, diz.

INTERVENÇÃO - A nova alta do dólar ocorreu apesar de o BC (Banco Central) ter intensificado sua atuação no mercado, por meio da comercialização de contratos de swap cambial – instrumentos equivalentes à venda futura de dólar – e pela realização de leilões de suas reservas da moeda norte-americana com o compromisso de recompra no curto prazo.

Com essas atuações do BC, o objetivo é colocar mais moeda norte-americana em circulação para evitar que dispare na comparação com o real, explica Balistiero. Isso porque, com as incertezas políticas e econômicas, investidores estrangeiros têm vendido títulos e ações e comprado dólares, para sair do País. “Nesse momento, a demanda (pela moeda dos Estados Unidos) é maior que a oferta”, diz. O que pode aumentar caso a taxa de juros norte-americana aumente, conforme a expectativa do mercado.
 




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