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Itaú revisa projeções de PIB para -2,8% em 2015 e -1,2% em 2016
10/09/2015 | 14:58
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Após o Brasil ter perdido o grau de investimento da agência de classificação de risco Standard & Poor's, o Itaú revisou para baixo sua previsão para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015, de -2,3% para -2,8%. Para 2016, a estimativa também foi reduzida, de -1,0% para -1,2%. As novas projeções estão em relatório publicado nesta quinta-feira, 10, e assinado pelo economista-chefe do banco, Ilan Goldfajn, com o título "Enfrentando o furacão".

Na avaliação de Goldfajn, a piora do cenário econômico tem impactos negativos sobre a disponibilidade de financiamento externo nos próximos anos, elevando o risco país e exigindo um ajuste ainda mais rápido nas contas externas. "Diante disso, elevamos a nossa projeção de taxa de câmbio para R$ 4,00 por dólar no fim de 2015, e para R$ 4,25 por dólar no fim de 2016", afirma. "Ajustar a economia vem se revelando mais desafiador do que antecipávamos", diz.

Com as revisões para o câmbio, o banco também ampliou a expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano, de 9,3% para 9,5%. Para 2016, a instituição financeira agora espera alta de 6,5%, contra projeção anterior de 5,8%. "A inflação mais alta tornou o cenário de queda de juros no próximo ano menos provável. Esperamos então que a taxa Selic se mantenha em 14,25% até o fim de 2016", estima.

Em meio a um cenário mais difícil, o banco sustenta que os efeitos do câmbio mais

depreciado, da maior inércia inflacionária e do aumento das expectativas de inflação deverão compensar o alívio proporcionado pela atividade mais fraca e o desemprego mais elevado. Em relação ao mercado de trabalho, o Itaú projeta um aumento da taxa de desemprego para 8,3% no fim deste ano e de 9,6% no fim do ano que vem. As previsões anteriores eram de 8,0% e 9,3%, respectivamente.

O Itaú afirma ainda que, na ausência de maior esforço fiscal, a tendência é de queda no resultado primário. "Sem o esforço adicional, o cenário se torna ainda mais desafiador", avalia Goldfajn. Ele projeta déficit primário de 1,0% do PIB em 2016, ante uma projeção anterior de 0,2%, após déficit de 0,3% em 2015.

"Os gastos mais elevados devem produzir um resultado primário abaixo da meta de -0,34%, porque a receita tende a frustrar as expectativas contidas no Orçamento. O governo baseou suas projeções de receita em uma estimativa de crescimento do PIB de 0,2% no ano que vem", afirma o economista-chefe. Quanto à dívida pública, o governo deverá observar uma alta para 71,9% do PIB em 2016, conta 66% neste ano.

Ontem à noite, a S&P rebaixou o rating do Brasil de BBB- para BB+ e manteve a perspectiva negativa da nota. Com o rebaixamento, o País passa a ser grau especulativo pela agência.




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