Economia Titulo Setor imobiliário
Alta de preços dos imóveis continua menor que a inflação

Queda da demanda faz valores ficarem mais atraentes para o consumidor

Marina Teodoro
Especial para o Diário
03/09/2015 | 07:05
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Ari Paleta/DGABC


O setor imobiliário continua apresentando queda real nos valores do metro quadrado. Isso significa que os preços dos imóveis estão até aumentando, mas bem abaixo da inflação, de acordo com o Índice FipeZap, feito pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisa Econômica), em parceria com o portal Zap Imóveis.

Esse levantamento, que se baseia em anúncios na internet, leva em conta o custo médio do metro quadrado de apartamentos novos e usados, em 20 municípios do País, incluindo Santo André, São Bernardo e São Caetano.

No período de 12 meses até agosto, na média das 20 cidades, a variação do indicador foi de 3,32%, enquanto que a inflação esperada para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) é de 9,56% – o número oficial só será divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no dia 7 deste mês. Sendo assim, descontada a inflação, os empreendimentos apresentam queda real de 5,69%.

Desde o início do ano, em todos os meses o Fipezap vem revelando, em todas as cidades avaliadas, aumento dos preços menor do que a inflação acumulada.

No Grande ABC, a média não é muito diferente. Os três principais municípios da região registraram uma variação menor no valor do metro quadrado, anunciado no período de julho e agosto, do que na comparação de junho e julho.

O mercado imobiliário em Santo André, São Bernardo e São Caetano elevou os preços em 0,35%, 0,01% e 0,11%, respectivamente, no mês de agosto. Santo André foi a única cidade que não apresentou queda real, já que a projeção da inflação para o mesmo período é de 0,25%.

Nesse município, os preços acumulam 6,53% de reajuste, sendo o que mais aumentou até então, nos últimos 12 meses. São Bernardo teve alta de 5,33%, enquanto São Caetano subiu 3,34%. Já na variação dos últimos oito meses, as três cidades somam 3,24%, 2,22% e 1,67%, respectivamente. O IPCA deve ficar em 7,10% nesse comparativo.

CUSTO - Em valores, São Caetano é a cidade com metro quadrado mais caro entre as pesquisadas da região, enquanto que no ranking nacional da pesquisa é a oitava, custando em média R$ 5.724 o m².

Atrás vem Santo André (R$ 5.043) e São Bernardo (R$ 4.714).

MOVIMENTO FRACO - De acordo com o economista da Fipe Raone Costa, a queda na demanda explica o desempenho abaixo da inflação que os preços do setor imobiliário vem atingindo.

“Há três anos, todos os fundamentos do mercado, como demografia, renda do trabalho e condições de crédito, ajudavam a impulsionar o setor. Hoje, a crise econômica eleva o desemprego que, além de outros fatores, diminui a confiança e poder de compra.”

Hoje o mercado tem mais oferta do que demanda. Para haver equilíbrio, os preços tendem a ficar menores, segundo o economista. “A projeção ruim não é surpresa. O Grande ABC não foge à regra, porém está sofrendo menos que a Capital”, analisa Costa. 




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