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Modelo de família tradicional é minoria nos EUA
Das Agências
15/05/2001 | 17:33
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O modelo de família tradicional com filhos é cada vez mais uma exceção nos Estados Unidos, onde as pessoas que vivem sozinhas ou em casal, mas sem estarem casadas são cada vez mais numerosas, segundo novos dados demográficos publicados nesta terça-feira.

Os autores do Censo 2.000, que analisam as estatísticas desde o início do ano, também confirmaram o envelhecimento da população norte-americana cuja idade média no momento é de 35,3 anos.

Menos de um quarto das 105,5 milhões de residências norte-americanas, ou seja 23,5%, são formadas por famílias nucleares: pai, mãe, com filho ou filhos menores de 18 anos.

Esta tendência é atribuída ao aumento dos divórcios, aos casamentos atrasados (quando eles acontecem), a uma baixa taxa de natalidade e ao aumento do número de crianças nascidas fora do matrimônio. Além disso, as pessoas mais velhas vivem sem seus filhos.

A redução do número de famílias clássicas tem, entre outras, consequências sobre a escolaridade. Os especialistas constataram uma menor mobilização de pais a favor das escolas públicas de seus bairros.

Paralelamente, o número de casais que moram juntos aumentou 72% em dez anos, passando de 3,19 para 5,47 milhões.

Atualmente, os 54,5 milhões de casais casados constituem pouco mais da metade dos lares norte-americanos 51,7%, contra 55% em 1.990.

Esses resultados provocaram reações contrastantes.

"Mais ricos por causa da prosperidade da última década, os adultos norte-americanos de todas as idades preferem viver sozinhos e o papel central do matrimônio no sistema familiar está em baixa", disse Andrew Cherlin, da Universidade Johns Hopkins, ao jornal Washington Post.

Marshall Miller, da Associação Alternativa aos Matrimônios (Atmp), comemorou os resultados em um comunicado, porque "a coabitação sem matrimônio já não é mais considerada escandalosa e porque a diversidade está se tornando norma.

Mas, as associações conservadoras se preocupam, em especial com a educação das crianças em quadros familiares menos estáveis.

"É necessário destacar o papel do matrimônio como instituição social", afirmou Bridget Maher, do Family Research Council.

Existem mais mulheres (143 milhões) do que homens (138 milhões), fenômeno comum nas sociedades ocidentais. Mas a proporção de homens aumenta devido às melhoras na qualidade da saúde masculina, informou a demógrafa Campbell Gibson.

Os demógrafos destacam também que o envelhecimento geral da população dos Estados Unidos passou de 32,9 anos (em 1.990) para 35,3 anos em 2.000, devido especialmente ao envelhecimento da geração do "babyboom", entre 45 e 54 anos.




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