Dias antes de ser assassinada junto com a mãe em Diadema, a estudante de Direito Karina Bento da Silva, 23 anos, enviou uma carta ao Ministério Público. No documento, escrito à mão, Karina sugere que existe uma relação entre a morte do pai, Edmilson Gomes da Silva, 41, e do irmão Tiago Bento da Silva, 21.

Preocupada com o teor da mensagem, a promotora Mylene Comploier, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado), havia marcado uma data para ouvir o depoimento de Karina: 18 de janeiro. A promotora pretendia saber mais detalhes sobre as denúncias feitas pela jovem.

A estudante foi assassinada com três tiros na saída de um mercado, na rua de sua casa, no Jardim das Palmeiras, em Diadema, às 10h do sábado. A mãe dela, a enfermeira Maria de Fátima Bento, 46, que a esperava dentro do carro, também foi morta com três tiros.

As vítimas se mudaram para Diadema há menos de duas semanas. Elas teriam saído do Jardim Calux, em São Bernardo, com medo de ameaças que estariam recebendo. A polícia não revela se identificou o autor dessas intimidações.

Edmilson foi morto com três tiros na cabeça em 11 de julho do ano passado, dentro de um bar no Jardim Calux. O filho Tiago foi assassinado em 29 de dezembro no mesmo bairro. O Gaeco pretende acompanhar as investigações da Delegacia de Homicídios. Denúncias anônimas podem ser feitas à Promotoria pelo e-mail gaeco.abc@mp.sp.gov.br.