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Sabesp aceita negociar dívida da Saned de Diadema
Gislayne Jacinto
Do Diário do Grande ABC
17/03/2001 | 18:35
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A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) está disposta a negociar a dívida de R$ 12 milhões que a Saned (Companhia de Saneamento de Diadema) tem com ela. A informação é de José Carlos Leitão, gerente do Departamento de Controle e Abastecimento da estatal. “Basta um telefonema. Neste começo de ano tomaram posse as novas administrações e estamos abertos ao diálogo para fazer o realinhamento das necessidades e também negociar dívidas”, disse.

A declaração contempla uma proposta de acordo do superintendente da Saned, Mário Reali, que no início da última semana disse que Diadema quer abrir um canal de negociação com a Sabesp para pagar a dívida de R$ 12 milhões referente ao fornecimento de água. Em contrapartida, a Saned vai solicitar investimentos para a cidade, entre eles, a ligação de dois reservatórios – Jardim das Nações e Parque Real –, além da construção de coletores troncos no Ribeirão dos Couros.

Essa última obra visa interligar a rede de esgoto da cidade à Estação de Tratamento de Esgoto de São Caetano, melhorando a condição do rio, principalmente no que se refere à sua despoluição. Já a ligação dos dois reservatórios tem o objetivo de melhorar o abastecimento de água. Hoje, as regiões mais altas sofrem com o problema.

O diretor de operações da Saned, Jorge Massuyama, disse que Diadema também vai pedir à estatal um fornecimento maior de água para evitar os rodízios de água na cidade. As regiões mais afetadas são Campanário, Eldorado, Jardim Inamar, Serraria, Vila Nogueira e Jardim Reid. “Se a Sabesp vendesse mais água evitaria que 150 mil habitantes sofressem com o rodízio”, disse. Atualmente, a Sabesp fornece 900 litros por segundo e o município quer 1,2 mil litros.

“Diadema terá de nos procurar para discutirmos internamente o assunto. Estamos abertos a conversar com todos os municípios sobre as necessidades de melhoria de abastecimento, assim como suas dívidas”, afirmou o gerente da Sabesp. Leitão, porém, acrescentou que a Sabesp cumpre o contrato com a Saned que é de fornecimento de 837 litros. “Hoje nós fornecemos até mais do que estabelece o contrato. A média é de 910 litros”, explicou.

Mais obras – Diadema acha que São Bernardo tem tratamento diferenciado e recebe mais obras. O argumento usado é de que o prefeito do município vizinho – Maurício Soares (PPS) – é um ex-tucano e foi amigo do governador Mário Covas (PSDB), que morreu no início deste mês. Na avaliação da Saned, por questões políticas, São Bernardo estaria sendo favorecido com obras.

Nos últimos quatro anos, a cidade recebeu reforma e ampliação da Estação de Tratamento de Água do Sistema Rio Grande em Riacho Grande; reforma e ampliação da captação de água bruta e linhas de recalque e bombeamento do sistema Rio Grande; execução de adutora de água numa extensão de 7 mil metros lineares; ampliação do reservatório de água do bairro Planalto com volume de 5 mil metros cúbicos e execução de coletores troncos de esgoto numa extensão aproximada de 4 mil metros lineares.

“Queremos um tratamento igualitário. Neste mesmo período não recebemos obras. Em Diadema, não teve investimento. Ficamos esquecidos e por isso nos sentimos prejudicados”, afirmou o diretor de operações da Saned.

O gerente da Sabesp contesta e disse que não há favorecimento a determinados municípios. “Não existe política na Sabesp. É uma área técnica que faz o gerenciamento e atende a necessidade de abastecimento dos municípios”, disse Leitão.

Ele afirmou que as obras são feitas para atender várias regiões. “As obras de abastecimento do Grande ABC são feitas de forma integrada. Não há obras especificamente no local. Tudo é feito para contemplar vários municípios”, disse Leitão.




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