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Peça 'Sábado, Domingo e Segunda' estréia em SP
Mauro Fernando
Do Diário do Grande ABC
10/09/2003 | 19:16
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Um almoço napolitano, com direito a macarronada e ragu, no Teatro das Artes, em São Paulo. Dirigidos por Marcelo Marchioro, Nicette Bruno e Paulo Goulart encabeçam o elenco de 17 atores da comédia Sábado, Domingo e Segunda, do italiano Eduardo De Filippo (1900-1984), que estréia nesta quinta-feira.

As ações se passam em três dias. A matriarca Rosa (Nicette) começa a preparar no sábado o almoço de domingo, para o qual a família se reúne. Pepino (Paulo Goulart) e Rosa têm três filhos: Roberto (Ernando Tiago), Rocco (Paulo Goulart Filho) e Giulianella (Vanessa Goulart).

Casado com Maria Carolina (Norma Gabriel), Roberto já não mora com eles. Pai de Rosa, Dom Antônio (Renato Consorte) vive com o casal e os netos solteiros. Os irmãos de Pepino, a viúva Tia Memé (Barbara Bruno) e Rafaele (Marcos Daud), também, assim como Atílio (Flávio Guarnieri), filho de Memé.

Os vizinhos Dom Luigi (Emílio Di Biasi) e Elena (Suia Legaspe) são convidados para o almoço. Também estão na lista o noivo de Giulianella, Federico (André Frateschi), e o amigo de Tia Memé, Dr. Cefercola (Gonzaga Pedrosa). Um dos assuntos na grande mesa da sala é a desconfiança de Pepino em relação a Rosa e o sempre solícito Dom Luigi. A segunda-feira é o dia de impedir que a fornalha acesa no domingo faça mais vítimas.

“Os mal-entendidos da trama se devem à falta de comunicação. A peça, um clássico da comédia contemporânea (escrito em 1959) tem uma atualidade enorme. É uma comédia do cotidiano com muita humanidade”, diz Paulo Goulart. Para o ator, o texto possui semelhanças com o espírito brasileiro: “A alma napolitana é parecida com a brasileira, expansiva tanto no drama quanto na comédia”.

Além da questão da falta de comunicação, a comédia apresenta outras discussões. Uma é a emancipação da mulher, expressa por Giulianella e Tia Memé. “Giulianella quer ser mais que uma simples esposa e se espelha na Tia Memé, uma mulher avançada para a época”, afirma Vanessa. A jovem faz um teste para locutora de TV, o que desagrada Federico.

As mudanças pelas quais passam as gerações constituem outra questão. Pepino herdou do sogro uma loja de chapéus, mas passou a vender roupas masculinas. Rocco, que trabalhava com o pai, está prestes a abrir uma loja num ponto chique de Nápoles. Dom Antônio defende o neto, dizendo que a loja do genro já não está “à altura do nosso tempo”. Há, ainda, uma declaração de amor ao teatro, tornada explícita na figura de Rafaele, artista amador.

Sábado, Domingo e Segunda – Comédia. Com Nicette Bruno, Paulo Goulart, Renato Consorte, Barbara Bruno, Emílio Di Biasi. Quintas a sábados, às 21h, e domingos, às 20h. No Teatro das Artes – av. Rebouças, 3.970, São Paulo (Shopping Eldorado). Tel.: 3034-0075. Ingr.: R$ 60. Até 30 de novembro.




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