Segundo Manoel Oliveira, diretor do hospital, a maternidade não tem mais condições clínicas nem físicas, devido à contaminação e à superlotação, de receber mais pacientes. Por isso, os pais que quiserem que seus filhos nasçam no hospital devem assinar um termo de responsabilidade.
A coordenação do hospital não descarta novas mortes, já que a capacidade máxima da maternidade é de 22 crianças, mas há 27 internadas no local. Seis bebês estão com infecção hospitalar e lutam para sobreviver.
Na tarde desta quinta-feira, o secretário estadual de Saúde do Ceará, Anastácio Queiroz, garantiu que serão requisitados leitos nos hospitais da rede privada de saúde. “Estamos vivendo uma situação de emergência. Não há leitos disponíveis na rede pública e a Maternidade-Escola está atendendo além de sua capacidade. Então, a única saída possível é esta", explicou.
Queiroz se reunirá, nesta sexta-feira, com os diretores dos hospitais particulares para saber a disponibilidade de cada um. O secretário estadual ofereceu também à Prefeitura de Fortaleza recursos para que o município instale UTIs em suas quatro maternidades.
Há seis anos, 49 crianças morreram em cinco dias também vítimas de infecção no mesmo hospital.
Fiscalização - Na manhã desta quinta, a Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa visitou a UTI do Meac. Os deputados irão cobrar do governo estadual maior fiscalização nas UTIs dos hospitais da rede pública. Já o presidente da Comissão dos Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, no Ceará (OAB-CE), Deodato Ramalho, declarou que iria "provocar" o Ministério Público e o Conselho Regional de Medicina para que seja apurada a responsabilidade pelas mortes.
A maioria das famílias assistidas pela Meac são formadas por pessoas pobres e de baixa escolaridade. Grande parte mora no interior cearense, cujas Secretarias de Saúde se resumem a uma ambulância.
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