Economia Titulo Demissões
Sindicato terá reunião com Alckmin sobre a Mercedes

Secretário veio à região para conversar com
sindicalista e garantiu que viabilizará encontro

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
13/08/2015 | 07:02
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Celso Luiz/DGABC


O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, deve se encontrar nos próximos dias com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) para conversar sobre formas de o governo do Estado ajudar a evitar a perda de até 2.000 empregos na fábrica da Mercedes-Benz de São Bernardo. Foi o que afirmou o secretário estadual de Emprego e Relações do Trabalho, José Luiz Ribeiro, que esteve ontem na sede do sindicato para ouvir de Marques propostas que poderiam servir para que a montadora preserve os empregos. Ele ficou de levar essas reivindicações ao governador e também viabilizar reunião do sindicalista com Alckmin.

Ele acrescentou que as portas estão abertas, tanto com representantes de trabalhadores quanto da empresa. Questionado pela equipe do Diário sobre por que o Estado ainda não contatou a fabricante para discutir soluções para a manutenção dos postos de trabalho, Ribeiro ressaltou que isso vai ocorrer: “O primeiro contato está sendo feito com o sindicato, mas com certeza a empresa será procurada”.

Marques elogiou o gesto do governo de designar o secretário para abrir o diálogo, buscando, dessa forma, a mediação do conflito – a empresa diz que vai demitir até 2.000 excedentes em 1º de setembro. Para o sindicalista, uma das saídas poderia ser a adoção do PPE (Programa de Proteção ao Emprego) pela empresa. Ele cita que quando houve assembleia na fábrica que rejeitou a ideia de reduzir jornada e salários para garantir estabilidade, ainda não havia o PPE.

No entanto, a fabricante já disse, por meio de comunicado na semana passada, que apenas esse programa é insuficiente para equacionar os custos da companhia e que seria preciso combiná-lo com a aplicação reduzida da inflação na data-base de 2016, entre outras ações de contenção de gastos.

Marques assinalou, no encontro de ontem com Ribeiro, que não adianta oferecer solução por um ano para a empresa, mas que seria importante criar alternativa para todo o mercado se reerguer. O segmento de caminhões registra, de janeiro a julho, queda de 43% nas vendas na comparação com igual período de 2014.

Entre os temas expostos ao secretário, o sindicalista citou que espera o apoio do governo estadual para a implantação de programa nacional de renovação da frota de caminhões, destinado a tirar de circulação, gradualmente, cerca de 300 mil caminhões com mais de 30 anos, que circulam nas estradas do País, por meio de incentivo para o transportador autônomo trocar de veículo, por outro seminovo ou novo. “O governo estadual pode dar um up no programa federal, com uma participação que pode ser uma cota financeira ou econômica, no incentivo. Isso interessa para o Estado, já que 55% da produção de caminhões está em São Paulo”, disse Marques.

Outra ideia que também foi discutida foi a liberação de créditos tributários de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) gerados pela exportação de veículos. O Estado já permitiu a utilização desses créditos para a fábrica que é construída pela empresa em Iracemápolis, no Interior, onde vai iniciar a produção de automóveis a partir de 2016. 




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