Quem passa diariamente pela Avenida Goiás, em São Caetano, foi surpreendido por tapumes que cobrem boa parte da área da calçada da fábrica da General Motors, e que surgiram no fim de semana no local. Questionada pela equipe do Diário, a GM informou que são obras de manutenção, mas não se vê ninguém trabalhando em reformas nos muros do local. Entre os trabalhadores da empresa, no entanto, o que circula é que são barreiras criadas para dificultar o retorno de barracas, como as que ficaram instaladas durante 19 dias, como parte da mobilização para a reintegração de 419 demitidos em julho após o fim do lay-off (suspensão temporária de contratos).

Os integrantes da comissão que negocia com a companhia a reversão dos cortes, que incluíram muitos trabalhadores com doença profissional, que teriam estabilidade, preferem aguardar o fim das conversas, para falar a respeito dos tapumes. Na sexta-feira, haverá nova reunião com a direção da empresa, que se comprometeu a analisar caso a caso os 152 pedidos de retorno à fábrica.

SÃO JOSÉ - Ao mesmo tempo em que conversa com trabalhadores demitidos em São Caetano, a fabricante corta 250 empregos em São José dos Campos. Operários dessa unidade receberam telegrama no sábado, informando sobre a rescisão dos contratos. E, ontem, após assembleia organizada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, que reuniu cerca de 4.000 pessoas, foi decretada greve por tempo indeterminado. Além de cobrar da GM a abertura de negociação, a entidade sindical vai pressionar o governo federal para que tome medidas imediatas pela reversão das demissões.