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Vendas de carros luxuosos têm alta de 14,5% em 2015

Segmento de veículos premium vai na contramão da crise no setor; total de unidades leves comercializadas no País caiu 20%

Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
11/08/2015 | 07:21
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Enquanto as vendas totais de veículos leves no País tiveram queda de 20% entre janeiro e julho de 2015 na comparação com o mesmo período do ano passado, o segmento de automóveis premium apresentou crescimento de 14,5% no número de unidades comercializadas. Os dados são da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).

Até o mês passado, 261,6 mil carros de marcas focadas no mercado de produtos luxuosos foram vendidos no Brasil – 33 mil a mais do que no ano passado. Considerando apenas os resultados de julho, o aumento ante 2014 foi ainda maior, de 17,4%. De junho para julho deste ano, houve variação de 1,12%. O levantamento considera montadoras como Audi, BMW, Chrysler (que inclui Dodge e Jeep), Honda, Mercedes-Benz, Mitsubishi, Nissan e Toyota.

Segundo especialistas ouvidos pelo Diário, os modelos que tiveram as vendas mais afetadas foram os que custam até R$ 50 mil. Isso porque os consumidores de unidades com preços superiores sofrem menos com os efeitos da crise econômica no País, como o desemprego e a diminuição do poder aquisitivo. “Na maioria das vezes, os clientes premium são os empregadores ou têm profissões mais independentes, como médicos e engenheiros”, comenta o superintendente do Sincodiv-SP (Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos no Estado de São Paulo), Octavio Vallejo.

Outra explicação para a alta é o fato de que os compradores de modelos luxuosos – com renda mais elevada, portanto – dependem menos de financiamentos para conseguir efetuar a aquisição. “Para as faixas mais baixas, os bancos têm aumentado a restrição ao crédito”, comenta Vallejo. Neste ano, segundo o Banco Central, o volume de operações de crédito feitas por instituições financeiras privadas teve queda de 16,9% em relação a 2014.

Para os próximos meses, o consultor automotivo Valdner Papa espera manutenção do desempenho atual no mercado premium, sem novos aumentos. “Acho que não teremos um comportamento positivo se o dólar se mantiver entre R$ 3,50 e R$ 3,60, pois os clientes começam a analisar a relação custo-benefício de maneira diferente”, acrescenta Papa, que integra a direção da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores). A alta da moeda norte-americana tem forte impacto sobre os preços dos veículos com maior valor agregado, já que muitos deles são importados ou contam com grande quantidade de peças trazidas de fora do Brasil.

INAUGURAÇÃO - Será inaugurada nas próximas semanas concessionária da Audi na esquina entre a Rua Catequese e a Avenida Dom Pedro II, em Santo André. O endereço é localizado no bairro Jardim, área nobre da cidade e que fica a 500 metros de uma loja da Volvo. Entre esses dois pontos, há uma terceira revenda de veículos importados, que trabalha com produtos da Mitsubishi.

Também foi inaugurada recentemente unidade da Toyota na Avenida João Ramalho, em Mauá. A Jeep, ainda, pretende abrir pontos de venda exclusivos no Grande ABC. Por outro lado, foram fechadas nos últimos meses diversas concessionárias de marcas populares. Caso da Peugeot Alpes, da Fiat Itavema e da Chery Oriente Motors, todas em Santo André.

No total de pontos de venda credenciados pelas montadoras, houve queda de 106 para 96 concessionárias no Grande ABC. Além das lojas fechadas, houve alterações de gestão. Exemplo disso é a Sandrecar, que revendia carros da Ford e encerrou suas atividades. As unidades do grupo em Santo André e São Bernardo foram assumidas pela rede Auto Prime, que trabalha com a mesma bandeira. Há dois anos, a Vigorito adquiriu a Avel Santo André e São Bernardo e passou a se chamar Vigo Motors.




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