A informação foi revelada pelo engenheiro Renato Ribeiro Abreu, que prestou depoimento nesta terça-feira, 28, à Polícia Federal. Dono da MPE Participações e Administrações S.A - empresa controladora do consórcio Angramon, responsável pela construção da Usina Nuclear Angra 3, Renato Abreu foi um dos empresários conduzidos coercitivamente pela PF para depor, após a deflagração da 16ª fase da Lava Jato, denominada Operação Radioatividade.
Renato Abreu afirma que participou da reunião convocada por Pessoa, em agosto de 2014. À PF, o empresário disse que o dono da UTC "demonstrou preocupação com os desdobramentos da Operação Lava Jato" e que "o mesmo estava temeroso em ser preso".
Fazia sentido a paúra do empreiteiro. Sua prisão preventiva, afinal, acabou decretada em novembro de 2014 pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Criminal de Curitiba.
Ainda segundo Renato Abreu, o dono da UTC Engenharia afirmou na reunião que o consórcio Angramon havia realizado "gastos extras" de R$ 3 milhões, sem especificar do que se tratava. O dono da MPE Participações e Administrações, no entanto, afirmou não ter conhecimento de que o consórcio teria oferecido vantagens indevidas ao presidente da Eletronuclear, o almirante reformado Othon Luiz Pinheiro da Silva, para conseguir vantagens na licitação de Angra 3.
Batizada de Radioatividade, a 16ª fase da Operação Lava Jato mirou na atuação de Othon Pinheiro frente à presidência da Eletronuclear. O almirante foi preso nesta terça acusado de ter recebido R$ 4,5 milhões para garantir vantagens ao consórcio Angramon no contrato para a construção de Angra 3. De acordo com os investigadores, o volume de recursos recebidos por Othon Pinheiro pode ter ultrapassado os R$ 30 milhões.
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