Economia Titulo Investimento
Agência tem R$ 346 mil para fortalecer empresas

Convênio com Consórcio promove ações para
estimular inovação e competitividade na região

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
24/07/2015 | 07:12
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Soraia Abreu Pedrozo/DGABC


Com o objetivo de chacoalhar a economia do Grande ABC ao oferecer estímulo para que as pequenas e médias empresas se fortaleçam, o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC e a Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC firmaram convênio de R$ 346 mil. As ações executadas visam fomentar a inovação e o desenvolvimento tecnológico, melhorar a qualificação profissional, garantir mais competitividade aos negócios do setor automotivo e instituir o turismo regional, inclusive o industrial. A informação foi divulgada com exclusividade para a equipe do Diário.

Conforme revela o secretário executivo da Agência, Giovanni Rocco, um dos projetos que recebe parte do investimento, R$ 16 mil, vai divulgar o inventário tecnológico do Grande ABC, que contém levantamento de todos os laboratórios da região, seja nas indústrias ou nas universidades, com os respectivos serviços prestados, se cobram e quanto cobram e quais as maiores demandas. “Em 60 dias vamos lançar um portal com as informações e também imprimir o conteúdo e distribuí-lo”, conta. “A ideia é divulgar as informações levantadas pela USCS (Universidade Municipal de São Caetano, com recursos disponibilizados no ano passado para a mesma parceria entre Consórcio e Agência) para instruir as micro e pequenas empresas, que representam 96% do total das companhias do Grande ABC, de que elas podem realizar pesquisa ou teste de produto a partir da contratação de serviço em laboratório.”

Rocco afirma que investir em tecnologia é ponto fundamental para ampliar as exportações. “Hoje, 60% das micro e pequenas empresas fazem negócio entre elas mesmas na região, isso porque estão a 36 quilômetros do Porto de Santos. Precisamos intensificar as relações com o mercado externo.”

Outra ação é a realização de encontro regional para discutir a educação profissional nas sete cidades, entre setembro e outubro, e a elaboração de diagnóstico do ensino técnico no Grande ABC. “Vamos identificar o que pode ser feito a curto, médio e longo prazos para alinhar o que o mercado demanda e o que as instituições oferecem. Porque nem sempre o que as empresas precisam elas têm na prateleira”, diz. Esse projeto levará R$ 60 mil.

TURISMO - Até outubro, Rocco garante que estará no ar o site de turismo do Grande ABC, que ficará com R$ 12,5 mil do montante, e no mês que vem será lançado edital para a contratação de consultoria para elaborar projeto de visitação às indústrias da região, nos moldes de como São Bernardo vem fazendo. Depois que o levantamento estiver pronto, será criada uma aba na página virtual apenas para falar sobre turismo industrial. Como exemplo de companhias que podem ser visitadas, ele cita Pirelli, Bridgestone, Polo Petroquímico e CBC.

“O Grande ABC é o berço da indústria nacional. E o nosso maior desafio é segurar as empresas aqui na região. Maior do que atrair novos empreendimentos. Por isso, temos de criar condições competitivas a elas. Motivá-las a investir em tecnologia. E precisaríamos conseguir negociar com o governo estadual a desoneração do ICMS, que é crucial. Em Goiás, o imposto é zerado por 15 anos”, afirma. “Antes, a preocupação era com a fuga das empresas para o Interior, pois o custo do metro quadrado era irrisório nas cidades em desenvolvimento e, por isso, elas ganhavam terrenos das prefeituras. Agora não é mais assim nos eixos Castello Branco, Anhanguera e Bandeirantes. Como aqui, não há mais tanta área disponível.” O secretário executivo conta que o valor médio do metro quadrado nos arredores dessas rodovias está entre R$ 400 e R$ 1.000. Em Santo André, São Bernardo e Diadema, de R$ 500 a R$ 1.000. E, em Mauá, onde ainda há espaço, de R$ 200 a R$ 500.

Para valorizar as áreas em que estão instaladas as indústrias da região, caso elas saiam, os prefeitos se comprometeram a disponibilizar o local somente para outra indústria, a fim também de não dar espaço ao crescimento desordenado. “Temos DNA muito forte da cadeia de serviços em manutenção aqui na região. Isso é um diferencial para se instalar no Grande ABC. Se uma máquina quebra longe daqui, a empresa corre o risco de ficar com a produção parada.”

Para dar continuidade à participação no Programa Nacional de Desenvolvimento de Fornecedores do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), serão investidos R$ 104 mil. A Agência captou, no total, R$ 1,3 milhão. A verba permite que 25 indústrias de pequeno e médio porte da cadeia de fornecedores da Arteb participem de atividades que irão auxiliá-las no processo de adequação aos requisitos das grandes empresas.


Região de olho na indústria da defesa

Outro projeto contemplado é o estímulo à indústria da defesa. Serão injetados R$ 92 mil para finalizar estudo, que consumiu iguais R$ 92 mil em 2014, para identificar as 28 empresas da região que já fornecem para a cadeia e as 199 com potencial para vir a suprir o setor. Em até 90 dias será divulgado levantamento sobre as reais condições de o Grande ABC levar fatia do bolo, aproveitando a proximidade com a SBTA (São Bernardo Tecnologias Aeronáuticas), em São Bernardo, que vai gerenciar a cadeia de suprimentos e produzir partes estruturais do Gripen NG, da Saab, a partir de 2017. O Brasil comprou 36 aviões-caças suecos, que serão produzidos em parceria com o País. “Esse é um setor muito estratégico. E bastante exigente. É preciso ter certificações internacionais para suprir essa cadeia. Mapeamos todo o cenário nacional e regional dessa indústria. E verificamos o que outros países que tiveram a transferência de tecnologia fizeram para potencializar fornecedores locais”, diz Giovanni Rocco.
 




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