"Ontem (domingo), recebemos uma notificação das autoridades iraquianas sobre a retomada de suas exportações de petróleo a partir da meia-noite de amanhã (segunda-feira)", declarou uma fonte de uma empresa petroleira asiática com presença em Bagdá. A notificação "chegou até nós através de um fax, e os demais clientes devem ter sido informados do mesmo modo", acrescentou a fonte, que pediu para não ser identificada.

O governo iraquiano teria anunciado no domingo, após a reunião semanal comandada pelo presidente Saddam Hussein, que as exportações de óleo cru seriam retomadas na madrugada de 8 de maio. Em conseqüência, o bombeamento continuará até o terminal turco de Ceyhan e o de Mina Al-Bakr, às margens do Golfo Pérsico, os dois terminais de exportação de óleo cru iraquiano sob embargo. "Pelo menos um dos nossos petroleiros encontra-se atualmente em águas do Golfo, para transportar o óleo cru iraquiano em Mina Al-Bakr".

No último dia 23 de abril, Bagdá convocou os países produtores de petróleo árabes e islâmicos a reduzir sua produção em 50% e privar Estados Unidos e Israel da principal fonte de energia do mundo. Os países árabes, principalmente a Arábia Saudita, principal exportador mundial, recusaram-se a atender ao pedido iraquiano, estimando que o petróleo não pode ser usado como arma no conflito árabe-israelense, como aconteceu em 1973.

A imprensa iraquiana anunciou a retomada das exportações sem fazer comentários. Entre os dias 8 e 26 de abril, o Iraque perdeu 1,2 bilhão de dólares em receita por causa da medida, segundo um relatório da ONU. Ainda assim, o ministro iraquiano do Petróleo, Amer Rachid, estimou que a mensagem chegou corretamente aos Estados Unidos, que absorvem pelo menos 40% do óleo cru iraquiano exportado.