O líder petista, Antonio Padre, disse que ainda nao há consenso na bancada sobre a utilizaçao do equipamento. "Vamos sentar para conversar e definir uma posiçao", afirmou.

O painel está parado na Câmara desde agosto do ano passado, quando foi instalado. Os parlamentares argumentavam que o equipamento nao foi usado porque a Casa aguardava a conclusao de uma CPI (Comissao Parlamentar de Inquérito), que apurava um suposto superfaturamento na compra do painel, o que acabou sendo comprovado com o fim dos trabalhos da comissao, em abril. O relatório da CPI apontou superfaturamento de R$ 132 mil na compra do equipamento e na reforma da Câmara - troca do forro e das luminárias. Com o fim dos trabalhos da comissao, muitos vereadores entendem que nao há mais desculpa para nao resolver a questao.

Para que o aparelho seja usado é necessária a mudança no Regimento Interno da Câmara, que só prevê votaçoes nominais.

O líder do PT na Câmara, Antonio Leite, defende a utilizaçao do painel. "Vai ser impossível a sua devoluçao. Mesmo que o Ministério Público apure irregularidades e alguém seja punido devolvendo o dinheiro aos cofres públicos, o painel continuará na Câmara", informou.

O vice-líder da bancada do PT, José Montoro Filho, o Montorinho, também está entre os que querem colocar o equipamento em funcionamento. O petista argumenta que os trabalhos da CPI já estao encerrados. "Temos de zelar pelo bem público", disse.

O vereador Ricardo Alvarez (PT) disse que nunca concordou com a compra do painel, porém, adiantou que, "em respeito ao dinheiro público" - o painel custou R$ 66 mil -, aceita a sua utilizaçao. "Caso a bancada concorde com isso no dia da aprovaçao da alteraçao do Regimento eu vou à tribuna para fazer duras críticas ao presidente que nao consultou ninguém", afirmou o petista.

Entre os vereadores do PT que discordam está Carlinhos Augusto. "Foi uma irresponsabilidade comprar um painel sem antes consultar os parlamentares da Casa."

O equipamento pode se tornar um elefante branco na Câmara. Agora, alguns vereadores afirmam que pretendem esperar uma decisao do Ministério Público, que recebeu relatório com o superfaturamento na compra do painel apontado pela comissao. Uma apuraçao na Justiça pode levar anos.