Deputados creem que há pouco suporte da legenda na atuação legislativa
Em reunião na quinta-feira da cúpula estadual, a bancada do PT na Assembleia Legislativa cobrou da direção da legenda para que haja suporte mais firme na atuação em oposição ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). O bloco de parlamentares petistas tem recebido duras críticas por não protagonizar atuação tão combativa à gestão tucana, que acumula hegemonia de 20 anos de administrações do PSDB ininterruptas.
Internamente, quem puxou o coro foi Luiz Turco, deputado por Santo André – ele também é presidente do diretório andreense. No discurso, afirmou ser difícil fazer parte da bancada de um Legislativo pouco acompanhado na mídia e que não tem sustentação da direção partidária. Após cobrança, foi aplaudido pelos presentes.
O que se especula nos bastidores é que a postura evasiva em relação ao governador tem como defensor o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT). O chefe do Executivo, aliás, pouco fez campanha ao candidato do PT ao Palácio dos Bandeirantes, o ex-ministro Alexandre Padilha, e, recentemente, articulou diretamente com Alckmin a liberação de R$ 50 milhões para o piscinão do Paço para compensar a falta de envio de dinheiro do governo de Dilma Rousseff (PT).
Questionado pela equipe do Diário sobre discurso duro contra o comando do petismo no Estado, Turco diminuiu o tom, mas reconheceu que precisa haver integração de diálogos para que a oposição na Assembleia Legislativa seja mais qualificada.
“Não é fácil você ser oposição. O PT perdeu dez cadeiras na Assembleia, tínhamos 24 deputados e agora temos 14. Há crise geral, da economia e esse momento difícil pelo qual o partido passa. Temos tentado fazer oposição qualificada, não a raivosa, com esforço de captar o discurso de movimentos sociais. Da parte da bancada, fazemos o que é possível”, defendeu-se Turco.
O parlamentar reclamou também que a Assembleia fica alheia da população até por desinteresse dos grandes veículos. “Cobre-se o Congresso e as Câmaras Municipais. Para nós, é a mesma coisa que fazer debate eleitoral em cidade onde não há programa partidário na TV. Tem de ser pelas ruas, conversando com todos. É claro que é um desafio”, argumentou.
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