Política Titulo Editorial
O aluguel e a diplomacia
Do Diário do Grande ABC
30/06/2015 | 10:25
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Aline Pietri/DGABC


É chavão – aquela frase que de tanto ser repetida acaba perdendo seu valor expressivo –, mas não deixa de ser verdade. Crise e oportunidade são duas faces da mesma moeda. A prova está em reportagem que este Diário publica hoje na seção econômica. Preocupados com a possibilidade de perder inquilinos que são bons pagadores, proprietários de imóveis de aluguel estão negociando a renovação dos contratos por valores abaixo do IGPM (Índice Geral de Preços do Mercado), indicador utilizado como parâmetro para calcular o reajuste.

Não se trata de dizer que todo problema tem um lado positivo, porque alguns, definitivamente, não o tem, mas necessário reconhecer que toda força que retira os indivíduos da zona de conforto gera mudanças. O mercado sempre encontra solução adequada para os problemas. É possível, todavia, acelerá-la, para que seus efeitos benéficos sejam antecipados. E o diálogo surge como instrumento precioso na busca dos resultados.

Exatamente como o Grande ABC já está fazendo, segundo fontes do mercado ouvidas pela equipe do jornal, na questão dos reajustes de aluguel. É verdade que o proprietário de imóvel está livre para reajustar o aluguel de acordo com o índice previsto contratualmente, mas não se pode desconsiderar que corre o risco de, fazendo-o, perder o locatário que paga em dia. Por que, então, não partir para a negociação individual, chegando a consenso que seja bom para ambas as partes? Crise? Superada.

Necessário lembrar que o modelo pode ser exportado para outras situações. A tratativa entre inquilinos e locadores, típica medida de ganha-ganha, deve ser utilizada para estimular a descoberta de alternativas nos demais setores que estejam sofrendo consequências da crise econômica. Talvez sejam os problemas financeiros que levaram a presidente Dilma Rousseff (PT), depois de tanto relutar, a visitar os Estados Unidos em busca de investimentos. A questão financeira – quem diria? – sobrepôs-se à ideológica? Se sim, que, pelo menos, o País colha os frutos desse pragmatismo. 




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