O primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Tony Blair, expressou nesta quinta-feira ao presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, o seu pesar pela morte de Jean Charles de Menezes, assassinado por engano pela polícia britânica ao ser confundido com um terrorista suicida após os atentados de Londres, em julho do ano passado.

"O presidente e eu discutimos este assunto. Expressei meus pêsames mais sinceros ao presidente por este acontecimento trágico", declarou Blair, durante uma entrevista coletiva à imprensa ao lado de Lula.

“Mais uma vez, deixe-me dizer-lhe que oferecemos nossas mais profundas desculpas à família por este trágico fato e eu, certamente, asseguro ao presidente que haverá uma investigação”, disse.

Já Lula declarou que os ministérios da Justiça e das Relações Exteriores brasileiros estão trabalhando em parceria com autoridades britânicas no caso, para “garantir que possamos fazer o que estiver ao nosso alcance para reparar a dor da família”.

"Eu lhe assegurei que a investigação continuará", acrescentou Blair, reafirmando a sua confiança no chefe da Scotland Yard, Ian Blair (que não possui parentesco com o primeiro-ministro). "Confiamos que o governo e os tribunais da Grã-Bretanha vão examinar o que deve ser examinado", declarou, por sua vez, o presidente brasileiro.

Lula, que conclui nesta quinta-feira uma visita de Estado de três dias a Londres, deverá se reunir com a família de Jean Charles de Menezes no aeroporto londrino de Heathrow, pouco antes de deixar a Grã-Bretanha.

O eletricista de 27 anos foi morto por engano no dia 22 de julho de 2005 pela polícia britânica no dia seguinte a uma série de quatro atentados praticados no coração da Inglaterra, cujos autores estavam foragidos.

A polícia, acreditando perseguir um terrorista, o matou com sete tiros na cabeça numa estação de metrô.

Duas semanas antes, uma primeira série de atentados em Londres havia deixado 56 mortes.