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Contadora de histórias Sherazade estréia na Web
Gislaine Gutierre
Da Redaçao
14/10/2000 | 15:09
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A atriz Raquel Barcha, que desde 1991 vem encantando as crianças com sua personagem Sherazade, na TV, agora se prepara para também conquistar os adultos. A contadora de histórias, que atualmente está no Eliana & Cia., da Rede Record, pretende estrear dois programas ao vivo pela Internet e lançar um livro - que já está pronto - só para este novo público.

Dos programas da Internet, um será para adultos e outro, para crianças. "Trabalhar com essa mídia é muito interessante porque é um ramo novo, e as pessoas estao aprendendo ainda", diz, com ar fascinado, como o de uma criança que ouve uma bela história.

Com esses novos projetos, Raquel começa a ganhar terreno dentro de um segmento ainda pouco explorado no Brasil. Uma conquista que tem sabor de realizaçao pessoal. Para Raquel, contar histórias é uma forma de manter viva a magia de sua infância, época em que ficava ouvindo seu avô.

"Ele tinha livros em árabe, encadernados, e de lá extraía as histórias para nos contar depois do almoço", recorda a atriz. Seu avô narrava ora em árabe, ora em português, e nao desperdiçava truques para prender a atençao da garotada. "Ele me enganava (risos). Dizia que algo tinha acontecido com ele quando, na verdade, se tratava de uma história antiga. Mas só fui saber disso muitos anos depois", diverte-se.

Do acervo do avô, Raquel ouviu contos fantásticos, como os das Mil e Uma Noites, no qual há a princesa Sherazade, e também textos de autores consagrados, como William Shakespeare.

Contar histórias, portanto, está no sangue de Raquel. "Como os árabes nao podem representar a forma humana, nem no teatro, nem nas artes plásticas, eles se tornaram ótimos contadores de história", explica a atriz. "Lá é o grande depositário de histórias no mundo".

A partir daí, fica fácil entender porque Raquel adotou a personagem Sherazade, de Mil e Uma Noites. Sempre me senti íntima dela e, além disso, é uma mulher que conta histórias", justifica.

A primeira Sherazade encarnada por Raquel surgiu em 1991, no programa X-Tudo, a convite da TV Cultura. "Fizemos o figurino com restos de cortina (risos)", diverte-se. De lá, a personagem foi para o programa Domingo Milionário, sua primeira experiência ao vivo na extinta Rede Manchete.

Em 1996, Sherazade fez temporada teatral de sucesso em Sao Paulo, arrebatando 11 prêmios, entre os quais o de melhor espetáculo pela APCA (Associaçao Paulista dos Críticos de Arte). No mesmo ano, também lançou a Coleçao Sherazade, com seis livros de histórias para crianças, pela FTD, cujas duas ediçoes (com dez mil exemplares, no total) esgotaram-se.

Raquel sabe que conquistar o público adulto, já com sua imagem bem delineada junto às crianças, nao é tarefa fácil. Mas nem por isso se intimida. "Desde o tempo em que as pessoas se reuniam em torno da fogueira, o ser humano sente a necessidade de contar suas histórias e ouvir outras. Hoje continua assim, no happy hour, no teatro e no cinema, por exemplo", acredita. "As histórias falam direto ao coraçao e de lá nao saem nunca mais".




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