As operações de arrendamento mercantil, mais conhecidas como leasing, somaram R$ 1,76 bilhão em outubro, queda de 51% ante o mesmo mês de 2009. Os dados foram apresentados ontem pela Abel (Associação Brasileira das Empresas de Leasing).

A carteira total do segmento, muito utilizada para a compra de veículos, fechou outubro em R$ 90 bilhões. O resultado representou decréscimo de 20% em 12 meses.

O presidente da Abel, Osmar Roncolato Pinho, explicou que produtos alternativos, como o CDC (Crédito Direto ao Consumidor), vêm tomando espaço do arrendamento mercantil.

Alguns bancos, como o Mercedes-Benz, tomaram a decisão estratégica de fortalecer o CDC e desacelerar o leasing. Além disso, a forte concorrência entre bancos no financiamento de veículos baixou as taxas do CDC e atraiu novos tomadores.

Para 2011, o executivo prevê ano difícil para o arrendamento mercantil. "A economia deve crescer menos, com isso a demanda de crédito será menor", diz Roncolato. A projeção é de que o volume de novos negócios do setor tenha expansão de 15%.

CONTRATOS - Em número de contratos, o mês de outubro registrou 30.053 mil negócios de arrendamento mercantil, queda de 68% em 12 meses. A maioria das operações foi feita por pessoas físicas. Este grupo representa 58% do total de novos contratos fechados no período, com R$ 1,02 bilhão.

AUTOMOTORES - A compra de veículos automotores responde por 78% das operações de leasing no País. Por isso, Roncolato acredita que as medidas do Banco Central para reduzir a expansão do crédito aos consumidores também terão impacto no arrendamento mercantil.

A autarquia monetária, a fim de desacelerar a demanda por crédito, pretende diminuir o prazo em empréstimos que estavam longos demais, como o financiamento de veículos.