Economia Titulo Empregos
Construção civil corta 1.306 vagas em maio

Desempenho do setor no Grande ABC foi
o segundo pior entre dez regiões do Estado

Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
26/06/2015 | 07:04
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Nario Barbosa/DGABC


O nível de emprego na construção civil teve queda pelo sexto mês seguido no Grande ABC. Apenas em maio, 1.306 vagas foram cortadas nas sete cidades, redução de 2,89% em relação ao total de empregados em abril. Proporcionalmente, o desempenho foi o segundo pior entre as dez regiões do Estado que integram levantamento feito pelo SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo) e divulgado ontem. Ficou na frente só de Presidente Prudente (-3,57%).

Em números absolutos, o Grande ABC também fica em segundo lugar na lista de dispensas do setor em maio, atrás apenas da Capital (4.584). Nos cinco primeiros meses de 2015, 3.978 trabalhadores do segmento foram demitidos na região. No acumulado de 12 meses, foram 4.848 cortes.

Para Rosana Carnevalli, diretora adjunta da regional do SindusCon-SP de Santo André (que abrange todo o Grande ABC), o mau desempenho está atrelado à crise no setor produtivo. “A região tem histórico de viver em função das indústrias. Quando o emprego vai mal na indústria, além da queda na renda da população, as pessoas ficam com receio de assumir o financiamento de um imóvel, que é a longo prazo.”

Ela acrescenta que, desde 2010, as prefeituras da região alteraram as leis de zoneamento urbano, o que acarretou na diminuição da quantidade de lançamentos de empreendimentos imobiliários.

Entre as sete cidades, São Bernardo é a que mais fechou postos em maio. Foram 925 demissões, o equivalente a 70,8% do total do Grande ABC. Em Diadema, 154 operários perderam o emprego. O número representa 11,8%. Cerca de 9% (116) dos cortes ocorreram em São Caetano.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de São Bernardo e Diadema, Admilson Lucio Oliveira, reforça a tese de que as duas cidades foram as mais afetadas por conta da retração no setor automotivo. “Além disso, a Caixa Econômica Federal restringiu o crédito habitacional, o que contribui para o desaquecimento do mercado ao longo do ano.”

Outro fator apontado pelo sindicalista como responsável pelo aumento nas demissões nos dois municípios é a paralisação em obras públicas. Ele cita como exemplos a construção do piscinão no Paço Municipal de São Bernardo, onde, segundo ele, trabalhavam cerca de 300 operários, e a canalização do Ribeirão dos Couros, na mesma cidade, que contava com a mão de obra de aproximadamente 500 pessoas. 




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