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Metade dos passageiros não usa o cinto no banco de trás

Conforme especialistas, hábito pode impedir graves lesões, paralisia e até mesmo a morte, mas ainda é tímido

Yara Ferraz
Iago Delbuoni
26/06/2015 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


A morte do cantor sertanejo Cristiano Araújo, 29 anos, e sua namorada, Allana Coelho Pinto de Moraes, 19, em estrada no interior de Goiás, alerta para a importância da utilização de cintos de segurança nos bancos traseiros. A polícia atualmente investiga se os dois estavam sem o item.

De acordo com dados da Abramet (Associação Brasileira de Medicina do Tráfego), apenas 7% de toda a população usa a proteção nas vias urbanas. Já nas rodovias o número cresce para 54%.

Pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgada no início do mês mostrou que em todo o País, metade das pessoas que vão no banco traseiro não usa cinto de segurança, mesmo com a obrigatoriedade da utilização, passível de multa em caso de descumprimento.

Levantamento da Artesp (Agência de Transporte de São Paulo) no início do ano com 19 mil veículos, entre carros e caminhões, nas rodovias do Estado, apontou que 53% dos passageiros do banco traseiro desprezaram o cinto.

Conforme o diretor da associação, Dirceu Rodrigues Alves Júnior, o número é preocupante, ainda mais nas ruas, onde também há risco de acidentes graves. “Se alguém bater na carro parado, quem está no banco de trás sem o cinto pode sofrer lesões na coluna cervical, graves fraturas e até mesmo paralisia ou parada respiratória seguida de morte. Para isso acontecer, o outro veículo só precisa estar a 60 km/h.”

Conforme a associação, o cinto ideal é o de três pontos. Ele oferece total proteção aos ossos da bacia, 70% para a coluna vertebral e 56% para a cabeça. Além disso, o uso do equipamento ainda é capaz de reduzir 45% das lesões no tórax e 50% no abdômen.

Segundo Alves Júnior, há falsa sensação de segurança dos passageiros por causa do banco da frente. Para ele, isso pode ser revertido com campanhas de conscientização. “Na frente o cinto virou hábito, o que não aconteceu com os passageiros de trás. Se houver uma colisão frontal, essa pessoa vai ser projetada para cima e bater no teto do carro, sendo arremessada muitas vezes para fora. São necessárias campanhas educativas e mudança de cultura da população em relação à mobilidade”, disse.

De acordo com o chefe da divisão operacional do comando de Policiamento Militar Rodoviário, major Telmo Araújo, a Artesp lançou campanha reforçando a utilização do dispositivo de segurança nos bancos traseiros. “Trata-se de alerta pela vida, para ressaltar a importância do uso do cinto. Queremos internalizar nas pessoas esse hábito. Os motoristas são os responsáveis solidários, já que podem exigir que seus passageiros usem o equipamento e não sair com o veículo até que todos tenham colocado o cinto. Até porque a multa (R$ 127,69 por passageiro sem o item) recai sobre o condutor.”
 




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