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‘Tropa de Elite’ tem estréia antecipada
Ângela Corrêa
Enviada ao Rio
03/10/2007 | 07:13
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Era inevitável. Do universo polêmico de tráfico de drogas, policiais corruptos, violência extrema e playboys inconseqüentes do roteiro de Tropa de Elite, a questão que resultou mais pano para manga no lançamento do filme para a imprensa foi mesmo a pirataria.

A Paramount, distribuidora da produção, estima que o mercado paralelo tenha criado 1 milhão de cópias de uma versão inacabada do longa. Por conta disso, a estréia nos cinemas foi antecipada em uma semana em São Paulo e Rio, praças em que a fita chega na próxima sexta-feira (5).

O adiantamento demandou trabalho extra da equipe para finalizar a pós-produção. “Não foi uma jogada de marketing sua?”, perguntou, irônico, o ator Wagner Moura. “Era, mas chegaram na minha frente”, devolveu o diretor José Padilha, que não admite que o fenômeno dos DVDs ilegais seja citado como estratégia da produção para atrair público.

“As três pessoas responsáveis por copiar o filme já foram presas. Não quero atribuir pirataria ao conceito de marketing. Isso é quando pessoas se reúnem para pensar em anúncio. Não gastamos nem R$ 1 com isso. Investimos foi para diminuir os efeitos da pirataria”, diz o diretor.

Padilha, documentarista talentoso que estréia no mundo da ficção com Tropa de Elite, diz que a cópia ilegal foi feita em um estúdio que legendava os rolos enviados para a Weinsten Company, nos Estados Unidos. Funcionários do local teriam dado início à teia pirata.

Tanto Padilha quanto o produtor Marcos Prado evitam falar em estimativa de público para os cinemas. “Mas recebi um e-mail de um sujeito em Porto Alegre, que viu o DVD pirata, pedindo o número da minha conta para depositar o preço do ingresso”, ri Padilha.

Um suposto comentário do também cineasta Fernando Meirelles, de que também gostaria de ver um filme seu pirateado, foi encarado com espanto pela dupla. “Se ele disse isso, é uma leviandade”, afirma Prado. “Duvido que ele tenha dito, mas se quiser que isso aconteça, é só entregar nas mãos de um camelô”.

A previsão é que a Weinstein Company, dos irmãos Bob e Harvey, lance o filme nos Estados Unidos até o fim de janeiro. A equipe recebeu convite de três canais (a cabo e abertos) para transformar a história em série.



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