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Mais de 90 reféns são mortos durante libertação em Moscou
Do Diário OnLine
26/10/2002 | 14:40
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Mais de 90 reféns morreram na operação das forças especiais russas para a libertação das cerca de 700 pessoas que estavam retidas em um teatro russo desde quarta-feira por um grupo armado extremista que exigia o fim da guerra da Chechênia. Segundo fontes oficiais da Rússia, cerca de 50 membros do comando da guerrilha também foram mortos na ação. A força especial russa não registrou baixas.

Apesar do grande número de vítimas fatais, o governo russo considerou a operação bem sucedida. "Enviamos nossas condolências às famílias dos reféns que foram perdidos. Nós não pudemos salvá-los. Nós salvamos mais de 750 pessoas", disse o vice-ministro russo do Interior, Vladimir Vassiliev.

O presidente russo Vladimir Putin, cuja posição intransigente frente aos separatistas chechenos tinha sido questionada durante a crise dos reféns, não comentou o resultado da operação. Apesar de ter dito que a prioridade era salvar a vida dos reféns, Putin não fez nenhuma concessão ao comando que exigia o fim da guerra na Chechênia e a rápida retirada das forças russas da república separatista.

Cerca de 300 reféns, muito abalados, foram levados para vários hospitais de Moscou, onde foram recebidos pelos familiares.

Entre os seqüestradores mortos está o chefe do comando, Movsar Baraiev, sobrinho do chefe rebelde Arbi Baraiev, morto no ano passado. Ao todo, foram detidas 18 mulheres e 32 homens do grupo, de acordo com um porta-voz citado pela agência Interfax.

A operação — A ação para a libertação de reféns teve início às 5h40 locais (22h40 de Brasília), quando duas fortes explosões e diversos disparos foram ouvidos ao redor do teatro. Minutos mais tarde, os seqüestradores anunciaram a morte de mais dois reféns.

Diante da situação, as forças russas reagiram e uma nova explosão foi registrada às 6h30 (23h30 de Brasília), seguida de novos disparos. O anúncio da prisão dos rebeldes e a libertação dos primeiros reféns foi feita menos de uma hora depois, às 7h15 (0h15 de Brasília).

O governo russo anunciou ter usado "meios especiais" durante a operação para neutralizar os seqüestradores. Foi lançado um gás que, se inalado, reduz as reações do organismo.

O gás pode ter sido a causa da morte de alguns reféns e membros da guerrilha. As primeiras imagens feitas dentro do teatro, logo após a operação, mostram seqüestradores mortos, com os explosivos amarrados no corpo, como se estivessem descansando.

Além disso, muitos dos reféns que sobreviveram foram levados a hospitais com sintomas de intoxicação. Apesar da polêmica o ministro do interior russo desmentiu que a causa da morte de alguns dos reféns foi a inalação do gás.




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