O ritmo de crescimento da produção industrial no segundo semestre de 2010 tem sido bastante diferente do que predominou entre o fim de 2009 e o início deste ano, na avaliação do gerente-executivo de política econômica da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Flávio Castelo Branco. Segundo ele, a atividade deverá seguir em expansão moderada também no início de 2011. "Houve predominância de resultados positivos em outubro, mas bem próximos de zero nos indicadores mensais. É como se a economia estivesse estável em relação a setembro", afirmou. "Essa é uma tônica que vem desde o terceiro trimestre. Não esperávamos nenhuma mudança mais forte nessa sequência", completou.

Para ele, a queda de 0,7% no faturamento em outubro ante setembro, após três meses de aumento no indicador, é recuo normal, que não compromete a previsão de crescimento das vendas no ano, que até outubro acumula expansão de 10,4%.

O economista também destacou que o aumento de 2 pontos percentuais no uso da capacidade instalada, para 82,2%, após cinco meses de queda, confirma que não existe pressão na indústria sobre este item, mas, ao contrário, há folga. "Pressões sobre índices de preços estão mais localizadas em preços internacionais (commodities), alimentos e serviços", argumentou.

Para ele, a redução no ritmo de expansão do emprego é motivo de alerta. O indicador não apresenta queda há 16 meses, mas ficou estável em relação a setembro. "O ritmo de expansão que era forte diminuiu. Essa acomodação é, de certa forma, esperada, mas a expectativa é de que não haja mudança drástica."