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Restaurantes se preparam para Pindura
Paula Cabrera
Do Diário do Grande ABC
11/08/2010 | 07:16
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Os restaurantes da região já se preparam para evitar calotes dos estudantes de Direito por conta do Dia do Pindura. É tradição que no dia 11 de agosto - Dia do Advogado - alunos dessa área comam nos estabelecimentos e saiam sem pagar. Para evitar a situação, muitos locais preferem não abrir as portas. Outros avisam que quem tentar sair sem pagar, passará a noite na delegacia.

"Não concordamos com isso e orientamos os pequenos comerciantes a cobrar antes de trazer a comida. Pindura, é roubo, é prejudicial para o dono do estabelecimento", dispara o presidente do Sehal (Sindicato das Empresas de Hospedagem e Alimentação do Grande ABC), Wilson Bianchi.

Com 30 anos de comércio, o proprietário de um restaurante em São Bernardo, Nelson Morassi, diz que hoje só atenderá o delivery. "É um dia de pouco movimento e, com isso, é melhor não abrir portas para evitar problemas", conta.

Laerte Demarchi Júnior, gerente de marketing de outro estabelecimento em São Bernardo, afirma que o local disponibilizou convites para cerca de 10 acadêmicos. "Quem aparecer aqui, sem o convite para comer de graça, vai prestar contas na polícia."

O presidente da OAB da cidade, Uriel Aleixo, pontua que a Pindura já caiu em desuso. "Sabemos que se o estabelecimento tomar duas ou três penduras, periga não conseguir honrar salários dos funcionários", argumenta.

Já o diretor tesoureiro da OAB Santo André, Jose Luiz Ribas Júnior, atesta que com a multiplicação dos cursos de Direito a situação é inviável. "Hoje, a Pindura tem de ser negociada".

Vander Ferreira de Andrade, diretor da Escola de Direito da Uscs (Universidade Municipal de São Caetano), completa que as escolas têm de explicar aos alunos as implicações dos atos que, nestes casos, podem acabar em processo por estelionato. "Há no Brasil milhões de estudantes. Se todos resolverem realizar atividades como essa, restaurantes perderiam milhões."




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