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Romeiros se preparam para a caminhada da fé
Maíra Sanches
Do Diário do Grande ABC
30/09/2010 | 07:05
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Cerca de 170 fiéis do Grande ABC e da Zona Leste da Capital vão viajar a pé até a cidade de Aparecida do Norte, no Vale do Paraíba, a cerca de 170 quilômetros da Capital. A caminhada marca as comemorações de 12 de outubro, dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil. A saída será na Rua Egito, 45, em Santo André, dia 7 de outubro. Os romeiros devem chegar ao destino na véspera do feriado, segunda-feira. Lá, milhares de pessoas participam das cerimônias religiosas no Santuário Nacional de Aparecida.

Durante os quatro dias os fiéis seguirão na companhia de dois ônibus que vão acompanhar a caminhada até Aparecida. As principais paradas programadas para descanso e alimentação serão nas cidades de Arujá, Jacareí, Taubaté e Pindamonhangaba, além de pausas ocasionais durante o dia. Cada participante é responsável por suas próprias despesas com a viagem. Já o pagamento dos ônibus fretados é feito de forma rateada: cada fiel contribui com R$ 50. A caminhada geralmente termina às 19h e retorna no dia seguinte, às 6h.

Kléber Elói, 41 anos mora no bairro do Rudge Ramos, em São Bernardo, e acompanha a maratona da fé há quatro anos. A ideia partiu da influência do irmão, e o esforço dedicado à caminhada parece ter um retorno positivo. "Estudei teologia e sempre tive vontade de acompanhar. O caminho todo é sofrido, mas quando chegamos bem e alegres é como se Nossa Senhora tirasse as dores com as mãos. É um grande momento de espiritualidade", contou.

De acordo com um dos organizadores da romaria, Paulo Carrara, 69, um dos principais motivos que levam milhares de fiéis a peregrinarem até a cidade santa é para pagamento de promessas, geralmente vinculadas à problemas de saúde. "Existem casos de câncer até ex-viciados de drogas. São todos iguais perante a fé. Este ano, inclusive, vão dois idosos de 85 e 82 anos." A maioria dos fiéis é representada por homens. Em média, participam 25 mulheres por ano.

A fé parece motivar ainda mais o espírito de devoção de outro organizador da romaria. Antonio Santos, 59, conhecido como Bonito, tornou-se devoto da padroeira quando conseguiu adotar seu filho, hoje com quatro anos. Ex-usuário de drogas, Bonito está recuperado do vício e atribui a bênção recebida às graças enviadas por Deus e Nossa Senhora. "Descobri que eu não era aquela pessoa que usava drogas e que posso praticar o bem. Não tenho religião, acho todas ótimas se procurarmos a Deus. Fiz uma promessa a Nossa Senhora e fui agraciado com meu filho."

HISTÓRIA
Na primeira romaria, em 1996, o grupo era composto por sete pessoas e saiu do bairro Itaquera, em São Paulo. A partir do segundo ano, as saídas foram marcadas para Santo André. No início, os fiéis dormiam em postos de gasolina pelo caminho. "Antigamente sofríamos mais. Agora, ficamos mais elitizados e reservamos hotéis", brinca Carrara.




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