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Financiamento de veículos
registra recorde em 2010
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
10/02/2011 | 07:27
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O financiamento de veículos foi recorde em 2010, de acordo com números divulgados ontem pela Anef (Associação Nacional das Empresas Financeiras de Montadoras).

O saldo total das carteiras de CDC (Crédito Direto ao Consumidor) e leasing para aquisição de carros pelos consumidores (pessoa física) atingiu R$ 188,6 bilhões, 19,9% mais que em 2009.

Segundo o presidente da Anef, Décio Carbonari de Almeida, os números, que se baseiam em relatório do Banco Central, seriam ainda maiores e chegariam a R$ 220 bilhões se incluíssem também caminhões e ônibus - o BC não dispõe desses dados separados de veículos para pessoa jurídica.

Os fortes números do financiamento refletem o desempenho expressivo das vendas da indústria automobilística, que registraram 3,515 milhões de unidades de carros zero-quilômetro vendidas em 2010. O volume comercializado foi 11,9% superior ao de 2009. Almeida estima que, neste ano, o desempenho das financeiras de montadoras se manterá em alta, embora em ritmo um pouco menor. A expectativa é de expansão de 10% nas vendas financiadas de carros.

No entanto, Almeida avalia que a participação das vendas de carros à vista deverá crescer e passar a representar 40% do total comercializado pelo setor automotivo no País neste ano - em 2010, ficou em 37%.

Esse impulso deverá ocorrer como reflexo do encarecimento do crédito, em razão das recentes medidas do Banco Central - entre as quais, elevação do depósito compulsório dos bancos para o financiamento do longo prazo e elevações da taxa Selic (de juros básicos).

De acordo com o presidente da Anef, os juros ao consumidor na compra de veículos subiram 0,3 a 0,4 ponto percentual de novembro para dezembro, indo de 1,5% para 1,8% a 1,9% ao mês, em consequência das maiores restrições impostas pelo governo.

Almeida cita que a taxa de juros, por si só, não inibe a compra, mas, quando o valor das parcelas sobe, a aprovação do crédito para pessoas com menor poder aquisitivo fica mais difícil. Isso porque o banco avalia o comprometimento de renda mensal para liberar o financiamento.

Para o dirigente, o aperto no consumo - com novas elevações da Selic - deve continuar no primeiro semestre, como forma de governo refrear a inflação. A partir de julho, no entanto, o setor deve ganhar impulso.

 

Finame representa 69% das vendas de caminhões e ônibus

As linhas especiais do Finame (Financiamento de Máquinas e Equipamentos), do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) para a compra de caminhões e ônibus, foram responsáveis em 2010 por 69% das vendas de veículos comerciais no País.

Com juros reduzidos para caminhoneiros autônomos (0,37% ao mês) e para as empresas (0,64% ao mês), essas modalidades foram consideradas peças-chave para retomada rápida do segmento, depois da crise que se abateu sobre a economia mundial desde outubro de 2008. Nesse ano, a participação do Finame era de 50% e no ano seguinte foi a 66%.

Essas linhas, que fazem parte do PSI (Programa de Sustentação do Investimento), foram lançadas em julho de 2009 e se encerram em 31 de março deste ano.

No entanto, o governo deve prorrogá-las. Porém, os juros devem ficar mais caros. Isso porque as taxas são subsidiadas pelo Tesouro Nacional, que teria de elevar os desembolsos para evitar o desequilíbrio entre o custo de captação e a taxa cobrada do tomador final. "Deve continuar, só não sabemos em que condições", cita o presidente da Anef, Décio Carbonari de Almeida.




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