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Maioria dos conselheiros do prefeito de Diadema é da base aliada
Elaine Granconato
Do Diário do Grande ABC
03/08/2009 | 07:04
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A base aliada do governo Mário Reali (PT) domina a maioria das vagas do Conselho Tutelar de Diadema. Dos dez eleitos há oito dias, sete foram apadrinhados por vereadores petistas ou de partidos aliados, como PMDB e PCdoB (veja quadro nesta página). O PSB, oposição na Câmara, teve três filiadas eleitas pela primeira vez.

Embora legislação do CMDCA (Conselho Municipal da Criança e do Adolescente) de Diadema determinasse que as candidaturas não poderiam ter vinculação a partido político, na prática, não foi o que ocorreu, conforme o Diário registrou e denunciou ao longo de cinco meses de acompanhamento do processo eleitoral. Candidatos eleitos ou mesmo desclassificados, além de políticos entrevistados, confirmaram a relação de afilhado-padrinho. Alguns, no entanto, tentaram driblar o fato.

"Diadema é uma cidade que respira política 24 horas por dia. Não seria diferente em uma eleição para o Conselho Tutelar", afirmou o líder do prefeito no Legislativo, Laércio Soares (PCdoB), que admitiu ter apoiado três candidatos (um deles foi eleito).

O vereador Orlando Vitoriano (PT), que teve seu ex-assessor parlamentar eleito, afirmou que, por lei, não pôde apoiar seu candidato e classificou como "coincidência" o fato de cinco conselheiros serem filiados ou militantes do PT, que administra a cidade há 24 anos.

Eleita para seu segundo mandato, Iracema Santiago Gomes teve apoio do ex-vereador Marco Antonio Ernandes, o Marquinhos (PT), conforme o petista admitiu, mas foi apadrinhada por Odair Ângelo Agostin, padre da Paróquia Nossa Senhora dos Navegantes, no bairro Eldorado. "Teve o meu apoio publicamente e no altar. Ela foi eleita pela comunidade, assim como o candidato do vereador Orlando Vitoriano ", afirmou, enfático, o pároco-eleitor, que completará, em setembro, 21 anos de atuação na igreja.

Procurados na sexta-feira, os vereadores Cida Ferreira (PMDB), Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (PT), e José Antônio da Silva (PT) não deram retorno ao Diário.

REMUNERAÇÃO - Cada conselheiro eleito receberá remuneração mensal de R$ 2.340 para "zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente", conforme estabelecido pelo ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).

No entanto, nem todos têm tal consciência. "Infelizmente, muitos se candidatam pelo bom salário e não pela causa", reconheceu a vereadora Irene dos Santos (PT), que afirmou ter apoiado Rita Emilio Lopes.

OPOSIÇÃO - O PSB conquistou três cadeiras no conselho, embora o presidente municipal do partido, Manoel José da Silva, o Adelson, jure de pés juntos que o PSB não apoiou nenhum. "Não fiz nenhuma reunião no diretório para pedir apoio para este ou aquele filiado do PSB. A militância ficou livre para votar em quem quisesse", afirmou.

O que não ocorreu com o vereador Wagner Feitoza, o Vaguinho do Conselho (PSB), que apoiou Sonia Maria de Araujo. "Não é uma eleição política nem fiz campanha, mas votei nela", admitiu o parlamentar e ex-conselheiro tutelar.

Sonia Maria reforçou o apoio do vereador. "A eleição apresentou muitos erros e esperava mais votos do que conquistei, mas acabei me elegendo", acrescentou Sonia, também filiada ao PSB. No total, 35 candidatos disputaram o pleito, alvo de polêmica e ações na Justiça.




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