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Dia da Indústria: temos o que comemorar?
Simpi-SP
27/05/2015 | 07:20
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Estabelecido por decreto do presidente Juscelino Kubitschek em homenagem a Roberto Cochrane Simonsen, considerado patrono da indústria brasileira, o Dia da Indústria é comemorado anualmente no dia 25 de maio. Conhecida também como setor secundário da economia, a indústria pode ser definida como qualquer atividade humana que, com auxílio do trabalho, converte matéria-prima em produtos, podendo ser de base, de bens de produção e de bens de consumo. “As micro e pequenas indústrias geram grande parte dos empregos no Brasil, trazendo desenvolvimento para a economia e estrutura do País, movimentando o mercado interno”, afirma Joseph Couri, presidente do Simpi-SP (Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo).

Contudo, o setor vem enfrentando sérias dificuldades. Segundo a 26ª rodada da pesquisa mensal Simpi/Datafolha, referente a abril, para 66% dos micro e pequenos industriais do Estado de São Paulo, o cenário econômico ruim está prejudicando não só os negócios, mas colocando-os em sério risco de sobrevivência. O estudo também revela que, para sobreviver, a redução de custos está sendo a principal estratégia para 39% das empresas entrevistadas, enquanto que 22% pretendem fazer cortes de custos com mão de obra e 20%, em demissões. “Isso significa o risco de fechamento de 188 mil empresas, que representam, aproximadamente, 752 mil postos de trabalho direto”, diz Couri, explicando que é a primeira vez que dados tão alarmantes foram registrados pela pesquisa mensal do DataFolha, encomendado pelo Simpi e que é realizado desde 2013.

Segundo Couri, uma das principais razões que levou o setor a essa situação é a perda do poder aquisitivo da população. “Se você tem menos consumo, tem menos produção e menos geração de emprego. Além disso, tivemos aumento de impostos, nos combustíveis, nos preços dos insumos, na energia elétrica e no custo do dinheiro, que não podem ser repassados ao preço final”, esclarece. Nesse contexto, o presidente da entidade é categórico ao dizer que, para a reversão do quadro atual, medidas imediatas precisam ser tomadas. “Principalmente, a elevação dos preços administrados pelo governo e a redução cada vez maior na concessão de empréstimos estão afetando negativamente”, diz ele, que enfatiza a necessidade de linhas de crédito a longo prazo: “Se você tem linhas de 30/60 dias no cheque especial, com juros a 14%, você acaba de matar o empresário. Tem que haver crédito responsável, de forma a permitir o alongamento da dívida para que a empresa consiga pagar”, explica. Contudo, enquanto isso não acontece, Couri recomenda aos micro e pequenos empresários que façam todo tipo de negociação, seja com fornecedores ou clientes. “No momento, não há outra estratégia viável de sobrevivência”, explica.

Paralelamente, o Simpi vem desenvolvendo diversas ações para tentar reverter esse quadro, divulgando e enviando os resultados da pesquisa Simpi/Datafolha para todas as esferas do executivo e legislativo, reivindicando políticas públicas e propondo medidas de estímulo e valorização da categoria econômica das micro e pequenas indústrias, bem como participando ativamente nos diversos fóruns de discussão. “Fazemos isso em respeito ao espírito de luta dos micro e pequenos industriais brasileiros, que são verdadeiros heróis, pois enfrentam uma jornada de trabalho interminável e batalham depois do horário de expediente, nos fins de semana e feriados”, diz Couri, afirmando que, apesar de não ter o que comemorar nesse Dia da Indústria, os empresários devem ter esperança. “O Brasil não vai acabar. Por isso, devemos lutar sempre e, talvez, vencer. Mas, desistir, jamais”, afirma o presidente do Simpi.




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