O Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão anunciou na tarde desta sexta-feira, corte de R$ 69,9 bilhões no orçamento deste ano, o maior já registrado na história do País.

Os maiores cortes serão nas pastas das Cidades (R$ 17,2 bilhões), Saúde (R$ 11,8 bilhões) e Educação (R$ 9,4 bilhões). Também serão cortados R$ 25,7 bilhões do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

Com esse quadro de retração orçamentária, o PIB (Produto Interno Bruto) também deve ter uma contração de 1,2% em 2015. Se a estimativa for confirmada, será o pior resultado em 25 anos. Antes do anúncio do corte, o governo estimava que o PIB encolhesse 0,9%. Já o  orçamento aprovado pelo Legislativo, previa alta de 0,77% no PIB.

A meta para este ano é acumular R$ 66,3 bilhões (11% do PIB) para o pagamento de juros da dívida, o que significa que o ajuste a ser feito no ano é de quase R$ 100 milhões.

De acordo com o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, serão preservados os recursos destinados ao programas sociais.

O argumento do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, é que a recomposição do esforço fiscal neste ano, estimulará o crescimento da economia do País a médio prazo, fazendo com que aumente a confiança e os investidores possam tomar mais risco, e, também, impedir que o Brasil seja rebaixado na nota de classificação das agências – o que afetaria o custo dos empréstimos no Exterior.

O governo anunciou que a inflação deve somar 8,26%, neste ano,  com isso, estourar o sistema de metas da inflação brasileira. A última vez em que a inflação ficou acima do teto do sistema de metas da inflação foi em 2003.