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Diamantes históricos e ecológicos no Vale do Jequitinhonha
Das Agências
20/03/2002 | 17:54
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Localizada no Alto do Vale do Jequitinhonha, encravada no Maciço do Espinhaço, em Minas Gerais, Diamantina brilha embalada pelos recursos preciosos que a região abriga. No verão, o município enche-se de jovens e aventureiros em busca dos mistérios de um lugar que conta a história da mineração no Brasil. Casarios, igrejas seculares, cachoeiras, grutas e inscrições rupestres milenares fizeram com que, em 1999, a região recebesse o título de Patrimônio Natural da Humanidade.

Os portugueses chegaram à região em 1693, atraídos pelas riquezas minerais, principalmente ouro. Eles desceram o Rio Jequitinhonha, passando pela então Vila do Príncipe (atual Serro), até o Tijuco (antigo nome de Diamantina). Nesta época, os colonizadores descobriram a principal riqueza daquela área e origem do nome de batismo do município: o diamante.

Xica da Silva – A cidade também foi cenário de uma história contada e recontada na cultura popular brasileira. Lá viveu e morreu Xica da Silva, celebrizada em livro do escritor João Felício dos Santos. Graças ao seu casamento com o contratador João Fernandes, homem de confiança do rei para controlar a exploração das riquezas minerais, ela passou da condição de escrava para Rainha da Corte do Tijuco. Pode-se visitar o sobrado no qual Xica viveu – com varandas fechadas por treliças, os muxarabiês (em que se vê a rua sem ser visto), de influência árabe.

Depois de 1772, a Coroa mudou a forma de exploração, que passou das mãos dos contratadores para a Real Extração, supervisionada por um intendente, que detinha amplos poderes. Neste período, surgiu outra figura importante da história brasileira: Manoel Ferreira da Câmara Bethencourt, fundador da primeira fábrica de ferro do Brasil, em Morro do Pilar.

Dias ricos – A maioria das casas e igrejas de Diamantina foi erguida durante o apogeu da extração do diamante, na segunda metade do século 18, provocando espantoso crescimento do núcleo urbano do Arraial do Tijuco. A Igreja de Nossa Senhora do Carmo, construída e financiada por João Fernandes, é uma prova material da riqueza do lugar. Com órgão ornado em ouro e pintura do forro de José Soares de Araújo, ela revela traços da arquitetura barroca.

Outra importante construção que pode ser visitada é o Museu do Diamante, instalado em um casarão erguido em 1789. Os casarios da rua Quitanda e do Beco do Mota compõem a atmosfera colonial, juntamente com a Casa do Muxarabiê, de arquitetura árabe do século 15.

O mais antigo e imperdível monumento de Diamantina, erguido na primeira metade do século 18, é a Igreja de Nossa Senhora do Rosário. Facilmente identificada por seu frontão rococó, ela guarda históricas imagens de santos negros.

A fartura de monumentos não pára por aí. As visitas às igrejas de São Francisco de Assis e de Nossa Senhora das Mercês e a outras casas preservadas, como a do presidente Juscelino Kubitschek e o Casarão da Prefeitura, são programas imperdíveis. O Passadiço da Glória – ligação entre dois sobrados, um do século 18 e outro do 19 – também encanta os turistas. Para completar, as capistranas – calçadas de pedras – apontam os caminhos do passado para o turista presente.




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