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Cine PE consagra filme de Laís Bodanzky
04/05/2010 | 07:00
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Divulgação


Foi uma vitória acachapante. A mostra competitiva do "14.º Cine PE - Festival do Audiovisual" consagrou "As Melhores Coisas do Mundo", de Laís Bodanzky, com oito troféus Calunga, incluindo os de melhor filme, diretor, ator (Francisco Miguez) e roteiro (Luiz Bolognesi).

Na crítica, houve certa tentativa de polarização, com uma parcela inclinando-se para votar no filme de Jorge Durán, "Não Se Vive Sem Amor", mas prevaleceu o bom-senso e Laís recebeu também a Calunga dos críticos.

A escolha, por mais acertada que tenha sido, não deixou de provocar polêmica. Afinal, "As Melhores Coisas" já está em exibição na região Sudeste e até em algumas praças do Nordeste (Salvador), mas segurado no Nordeste justamente para permitir que concorresse no Recife, onde Laís já havia sido superpremiada em 2002, com "Bicho de Sete Cabeças", além de haver apresentado, no ano passado "Chega de Saudade".

A diretora admitiu que estava ali também para passar férias no Festival do Recife. Cumpriu seus compromissos oficiais, mas foi à praia e, no sábado à noite, ao show da banda Nouvelle Vague, que se apresentou em Olinda.

Foram oito subidas ao palco do Cine São Luiz, no centro do Recife. A sala, uma das mais tradicionais da cidade, foi restaurada e abrigou a exibição do documentário "Continuação", de Rodrigo Pinto, sobre o cantor e compositor Lenine. Ele lembrou as matinês da sua infância, seguidas dos doces da Confeitaria Confiança, ambos ecos de um Recife um tanto mítico da sua memória. Justamente ao agradecer o último prêmio, para o melhor filme, Laís contou uma história.

Em 2000, ela montava "Bicho de Sete Cabeças" em Roma, com apoio da Fabricca, a oficina de cinema da Benetton. Sentia-se solitária, infeliz. Uma amiga convidou-a para assistir ao show de Lenine, que se apresentava na capital italiana. Laís reencontrou suas raízes brasileiras com a explosão de sonoridade de Lenine. A plateia do São Luiz veio abaixo.

Embora a competição tenha sido dominada por "As Melhores Coisas", o júri resolveu não concentrar todos os prêmios e achou qualidades em outros dois. "Léo e Bia", de Oswaldo Montenegro - chamado, pejorativamente, de "Montblack" por uma parcela da crítica -, recebeu Calungas de melhor atriz (para Paloma Duarte) e trilha (do próprio diretor). A vitória de Paloma foi indiscutível - a rigor, não havia nenhuma outra candidata ao prêmio.

As Calungas de coadjuvantes teriam ficado bem, se atribuídos a Denise Fraga e Gustavo Machado, de As Melhores Coisas, mas o júri preferiu destacar Bruno Torres e Mariana Nunes, por "O Homem Mau Dorme Bem". O longa de Geraldo Moraes recebeu também o prêmio do público. Outros dois couberam a Sequestro, de Wolney Atalla, - a montagem e o roteiro. Ambas as categorias levaram Calungas (o de roteiro foi dividido com Bolognesi).

Dentro do critério distributivo adotado pelos jurados, prevaleceu um critério, digamos, ‘técnico'. O grande perdedor foi um grande diretor e roteirista, mas Jorge Durán, que tantas vezes acertou, desta vez perdeu o fio da própria meada.

"Não Se Vive Sem Amor" recebeu apenas um prêmio e nem foi pelo filme: o veterano ator Rogério Froes ganhou o prêmio especial do júri por sua importante contribuição à cultura, ao teatro e ao cinema brasileiros.




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