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Seleção finaliza treinamentos em S.Caetano e segue para o Pan

Equipe feminina de handebol inicia disputas em Cuba na quinta com cinco campeãs mundiais

Caio dos Reis
Especial para o Diário
19/05/2015 | 08:55
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Willian Lucas/Photoegrafia/Divulgação


A Seleção Brasileira Feminina de Handebol, campeã do mundo em 2013, finaliza, em São Caetano, a preparação para o Pan-Americano, que será disputado entre os dias 21 e 28, em Cuba. Desde a quinta-feira, 21 atletas treinam sob o comando do técnico Morten Soubak no ginásio do Colégio Eduardo Gomes. Ainda hoje, apenas 16 delas seguirão viagem para Havana.

"A fase é importante para fazer treinos para quem vai seguir para Cuba. Muitas que estão aqui fazia tempo que não treinavam com a gente, então é natural não estarem acostumadas ao nosso estilo de jogo. Para outras, mais jovens, é uma chance de conhecer o ambiente da Seleção”, explicou o dinamarquês.

O Brasil está no Grupo A, ao lado de Paraguai, Venezuela, Estado Unidos, Porto Rico e Groelândia. Porém, segundo ele, os adversários a serem batidos estão na outra chave. “Temos que ganhar, e bem, de todas as seleções do nosso grupo. Mas sabemos que os jogos mais complicados eventualmente serão contra Argentina e Cuba, que estão no Grupo B”, explicou.

Das jogadoras que participam dos treinamentos na região, cinco estiveram com o time campeão mundial em 2013, na Sérvia. As armadoras Karoline de Souza (Nikobing Handbolfklub/DIN) e Amanda (Concórdia/SC), a ponta-esquerda Samira (OGC Nice/FRA) e as pivôs Dani Piedade (Siofok/HUN) e Dara (Nantes/FRA) foram as escolhidas para comandar o time que busca a nona medalha de ouro na competição.

Mesclar atletas novas e outras mais experientes não foi apenas por opção. Seis campeãs mundiais, e nomes certos no grupo que buscará o bicampeonato do torneio na Dinamarca, no fim de 2015, atuam no handebol romeno. “O campeonato da Romênia está em momento decisivo, de finais. Não tinha como tirar as jogadoras da competição”, explicou o auxiliar de Morten, Alex Aprile.

Karol Souza, armadora-esquerda de origem, terá de ocupar uma vaga carente na Seleção, a armação direita. “Desde sempre eu também tive facilidade de atuar na direita, apesar da minha posição de origem. Então, não terei nenhum problema se precisar jogar na armação pelo lado direito”, disse.

De volta à equipe, a ponta-direita Célia, da Metodista/São Bernardo, acredita que a Seleção tem grupo forte e coeso para o Pan. “Não teremos primeira fase muito forte. Mas na semifinal e na final, podendo ser contra Cuba e Argentina, sabemos que teremos dificuldades. No entanto, estamos com bom grupo e vamos fazer o nosso melhor”, explicou a atleta mais experiente do time, com 35 anos. Outras duas atletas da Metodista treinaram em São Caetano: as também pontas Bárbara Brocardo e Dayane da Rocha.


Ex-ala de futsal é convocada para o time aos 16 anos

Ser convocado para a Seleção Brasileira é o sonho de todo atleta. E, no caso de Renata Arruda, o desejo se tornou realidade bem cedo. Aos 16 anos, a goleira do Clube Português, de Pernambuco, foi uma das 21 selecionadas pelo técnico Morten Soubak à fase de treinamentos em São Caetano para o Pan-Americano em Cuba.

Com 1,77 m, a jogadora começou a praticar handebol por influência de um professor. “Eu jogava futsal, como ala. Um dia meu professor me disse que eu iria para o gol por causa da minha estatura e porque tínhamos um campeonato e aceitei. Ficamos em segundo lugar na competição e fui eleita a melhor goleira”, explicou. 

Natural de Olinda, Renata ainda não acredita na chance que está tendo e contou que a convocação foi descoberta após ficar dois dias na caixa de e-mail. “Só fui ver porque a Rita (supervisora da Seleção) me mandou uma mensagem. Saí gritando para a minha mãe, que falou para eu parar de ser louca. Mas ela me parabenizou e ficou muito feliz com essa chance também”, revelou a goleira, com sorriso no rosto.

Soubak disse que a chance de conhecer o ambiente da Seleção foi fator determinante para a convocação de Renata. “Acompanho ela há um tempo e sei que se esforçou muito para melhorar. Ela avançou muito fisicamente, taticamente e tecnicamente e mereceu a convocação”, explicou.

Atuando no handebol pernambucano, Renata tem as goleiras campeãs do mundo em 2013, Babi e Mayssa, como inspirações e não pensa em deixar o Estado natal por enquanto. “Não vejo necessidade de sair do meu clube para jogar em São Paulo no momento, porque em termos de estrutura não ficamos muito atrás. É claro que tem maior visibilidade, mas nas questões técnica e tática não difere muito. No futuro eu espero jogar em outro país até pela valorização que o handebol tem fora do Brasil”, disse.

Renata deve ser cortada hoje da relação de atletas que viajarão a Cuba, uma vez que apenas 16 das 21 convocadas disputarão a competição. “Fico feliz de estar aqui e agora é continuar treinando forte para voltar a ser chamada”, destacou.




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