O coração acelera, as bochechas se aquecem, dá aquele frio na barriga, as mãos tremem e suam. É hora de enrugar os lábios, fechar os olhos e dar o tão aguardado primeiro beijo.

Tem gente que jura que ouve sininhos nesse momento. Isso é culpa da endorfina, susbtância produzida pelo cérebro na hora do beijo, que cria uma sensação de bem-estar quando vai parar na corrente sanguínea.

Todos passam por isso. Mas, para alguns, a primeira experiência nem sempre é tão perfeita assim. "Meu primeiro beijo foi estranho. Beijei porque rolou uma pressão das amigas. Eu era uma das únicas BV (Boca Virgem) da turma", conta Giovanna Jerônimo, 14 anos, de Santo André.

O legal é cada um poder respeitar o seu tempo, segundo Ailton Amélio da Silva, psicólogo especializado em relacionamento amoroso. Isso não quer dizer que depois do primeiro deve-se disparar milhares por aí. A sociedade ainda condena os beijoqueiros. "O ficar liberou o beijo até certo ponto. É bacana poder escolher quem se quer beijar, mas tem limites."

Giovanna não acha legal sair beijando todo mundo e pegar baba dos outros. "Tem de saber onde vai encostar os lábios. É nojento." Também é prciso prestar atenção no local onde vai rolar o ósculo (sinônimo de beijo). Ninguém gosta de pagar mico na frente do inspetor de classe ou ser surpreendido pelo segurança no shopping.

"É difícil encontrar um lugar para beijar na boca sossegado. No cinema dá, mas na escola nem pensar", afirma Paulo Henrique Costa Assis, 14, do Etip Master, de Santo André. Ele diz que o beijo é uma forma bacana de mostrar os sentimentos, inclusive, entre amigos. "Quando a amizade é verdadeira, os meninos até se cumprimentam com um beijo no rosto, sem problemas."

Há quem jura ainda que beijo bom mesmo só chega depois de muito treino e que é uma delícia variar o jeito de beijar, não a boca, conforme garante Fernando Fessel, 14. "Beijar quem se gosta de verdade é muito diferente, tem sabor especial. Dá para brincar e variar o beijo", fala o garoto, que namora há um ano. Na opinião de Fernando, aparelho nos dentes e piercing na língua não atrapalham, só apimentam o beijo.

SEMPRE SERVIU DE INSPIRAÇÃO - Há beijo de namorado, amigo, mãe, pai, irmão, animal de estimação. Beijo selinho, molhado, de língua. Na Antiguidade, os gregos só permitiam beijos na boca entre pais e filhos, irmãos ou amigos muito próximos. Era comum também os persas beijarem outros homens na boca.

Beijar é tão inspirador que é presença constante no cinema e na TV. O primeiro beijo cinematográfico foi em 1895 no filme O Beijo, com May Irwin e John C. Rice. Na época, as pessoas ficaram chocadas. Em 1942, Casablanca emocionou plateias do mundo todo com a cena do beijo de despedida de Rick (Humphrey Bogart) e Ilsa (Ingrid Bergman).

O fotógrafo Victor Jorgensen registrou em 1945 na Times Square, Estados Unidos, o beijo apaixonado entre um soldado da marinha norte-americana e uma enfermeira. O fora do comum, para aquela época, é que os dois não formavam um casal de namorados, eram estranhos que haviam acabado de se conhecer.

Na lista dos famosos fazem parte o dos desenhos A Dama e o Vagabundo (1955), o do príncipe Felipe na princesa Aurora, em A Bela Adormecida (1959) e, claro, o beijo da princesa no sapo, nos contos de fada. Shrek e Fiona também adoram se beijar.

Não dá para esquecer o beijo de Jack e Rose em Titanic (1997), o de Mary Jane e Peter, em O Homem-Aranha (2002) e o de Harry e Cho Chang, em Harry Potter e A Ordem da Fênix. Joe Jonas e Demi Lovatto fizeram bonito no filme Camp Rock, assim como Zac e Vanessa em High School Musical 3 e Edward e Bella em Crepúsculo, os três em 2008. Até Mônica e Cebolinha experimentaram encostar os lábios no gibi da Turma da Mônica Jovem. Quem não viu, não pode perder, é um beijo histórico!