Moradores do Jardim Sônia Maria, em Mauá, protestaram contra a falta de água na tarde de ontem. Eles fizeram barricadas e atearam fogo em entulho na Rua Oscarito. Até caminhões-pipa foram dispensados no início da noite, pois os vizinhos pedem solução definitiva para a inconstância no fornecimento.

A técnica de radiologia Viviane Cristina Siqueira, 39 anos, precisa se deslocar para tomar banho e, ainda assim, paga R$ 120 por mês de água. “Vou à casa da minha mãe, em Santo André.”

Também morador da via, o mecânico Wilson Roberto de Souza, 49, está sem água há quatro dias e afirmou que a situação acontece há dez anos. “Agora estão aproveitando a crise e as falhas no abastecimento são constantes. Se tem algum problema em adutora, resolve, a gente não pode ficar uma semana sem o recurso em casa.”

A situação está pior para quem tem familiares doentes, caso da comerciante Silvana Ferrari, 50. Ela toma conta do sogro, de 76 anos, que está na cama há mais de dez anos com Alzheimer e Parkinson. “O meu sogro perdeu a consulta de hoje (ontem). Não posso levá-lo ao hospital sem banho.”

O diretor do departamento de planejamento e obras da Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá), Amauri Fioravante Júnior, esteve no local e disse que o bairro não recebe água por ter ar na tubulação. “Estamos instalando dispositivo que resolve o problema.” No entanto, não foi dado prazo para normalização.