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'Salve Geral' estreia com polêmica
Ângela Corrêa
Do Diário do Grande ABC
02/10/2009 | 07:00
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Depois de "Cidade de Deus" (2002), filmes de temática policial produzidos no Brasil inevitavelmente suscitam polêmica social. Foi assim com "Tropa de Elite" (2007) e, agora, com "Salve Geral", que chega hoje aos cinemas. A produção se utiliza da história dos ataques do PCC (Primeiro Comando da Capital) em 2006 para contar um drama familiar e é pré-candidata ao Oscar de filme estrangeiro.

Fernando Meirelles foi acusado de glamorizar a bandidagem do Rio de décadas passadas. José Padilha teve de responder inúmeras vezes que não foi maniqueísta ao retratar o dia-a-dia do esquadrão de elite da polícia carioca, o Bope. Com Sérgio Rezende, diretor do lançamento, não tem sido diferente. A principal crítica foi a de que o carioca teria se posicionado ao lado dos bandidos e, consequentemente, se esquecido de revelar o olhar do cidadão comum diante do horror daquele fim de semana de Dia das Mães.

Rezende nega que tenha se apegado a esses dilemas. "A questão do filme é dar um pouco do panorama da vida de classe média, não só dos paulistanos, mas de quase todas as grandes cidades. Os ataques foram pano de fundo", explica. O envolvimento crescente das mulheres no crime organizado também lhe saltou aos olhos durante a pesquisa. Mas com tantas tramas paralelas, mesmo o drama acaba prejudicado. Somada ao bom desempenho geral do elenco secundário - a maior parte pinçada nos palcos de São Paulo - a presença das atrizes Andréa Beltrão e Denise Weinberg salva o filme.

Andréa vive Lúcia, uma professora de piano viúva que acaba de se mudar para a periferia. Numa das primeiras noites no novo bairro, o único filho, Rafa (o estreante Lee Thalor) se envolve na morte de uma moça. A partir do momento em que o jovem é condenado, Lúcia dá início à luta para mantê-lo vivo dentro da penitenciária. Conhece Ruiva (Denise), advogada de ética duvidosa que trabalha para o PCC e passa a usar a nova amiga para pequenos serviços. Sem questionar nada, Lúcia mergulha no submundo e até inicia romance com chefão do ‘partido'. Enquanto Andréa consegue passar toda a fragilidade da personagem, Denise, veterana do teatro, provoca risos, raiva e até empatia, por mais incorreta que sua Ruiva seja.




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