Vice-prefeito não dá expediente há pelo menos
três meses; ele grava programa semanal na TV
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Vice-prefeito de São Bernardo há seis anos, o cantor Frank Aguiar (PMDB) não tem dado expediente no município há pelo menos três meses, apesar de receber mensalmente R$ 12.802,36 pela posição que ocupa.
O período culmina justamente com sua nova atribuição artística: apresentador de TV, no canal Meio Norte, ex-afiliada da Rede Bandeirantes em Teresina, no Piauí, seu Estado natal e localizado a 2.724 quilômetros de São Bernardo.
No Nordeste, Frank apresenta semanalmente o Programa Frank Aguiar, apelidado por lá como Programa do Gugu nordestino, cuja maior atração é realizar sonhos dos telespectadores. A produção do canal Meio Norte informou que as gravações ocorrem durante a semana.
Em São Bernardo, onde o prefeito Luiz Marinho (PT) enfrenta problemas de greve com o funcionalismo, seguido pela redução de merenda nas escolas, o nome de Frank não é sequer mencionado para eventual articulação.
Comenta-se que desde o fracasso nas urnas em outubro, quando tentou cadeira no Câmara Federal, Frank teria se afastado da política e procurado dar mais enfoque a carreira artística, embora tenha manifestado pretensão de concorrer ao Senado em 2018, pelo Piauí.
A pífia votação de 26.013 votos – que o deixou distante de vaga em Brasília – ocorreu em meio a denúncias de envolvimento com Jaílson Lopes de Souza, o Jabá, que é acusado de comandar tráfico internacional de drogas, trazido à tona às vésperas da eleição. Frank prestou depoimento na Polícia Federal e negou qualquer envolvimento com o traficante.
PROCURA
Durante toda a semana passada, a equipe do Diário entrou em contato por telefone com o gabinete do peemedebista na administração e em todos os cincos dias – de segunda a sexta-feira – não encontrou o vice-prefeito.
No estacionamento do Paço, a tradicional vaga reservada ao número dois teve a descrição apagada. Entre os parlamentares, a aparição do cantor-político não foi recordada.
Marinho tem recorrido constantemente ao secretário de Serviços Urbanos, Tarcisio Secoli (PT), seu possível sucessor no partido como candidato a prefeito em 2016, como seu representante em alguns compromissos de agenda oficial – tarefa que caberia a Frank.
A ausência do vice-prefeito na cidade onde foi eleito não é vista como irregular pelo jurista Tito Costa. “Seu cargo é de função expectativa. O único problema que vejo nessa situação é se o prefeito pedir que vá em uma agenda e não cumpra, embora não deva obediência ao chefe do Executivo, porque foi eleito pelo povo”, explicou.
Frank não retornou aos contatos da equipe do Diário para comentar o assunto.
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