Bom seria se os moradores do Grande ABC vivessem no mundo de fantasia prometido pela presidente Dilma Rousseff (PT). Os problemas com Mobilidade Urbana, que tanto incomodam os moradores das sete cidades, por exemplo, já teriam sido superados. Em agosto de 2013, a petista garantiu que a região receberia R$ 2,7 bilhões para resolver os gargalos existentes nos sistemas públicos de deslocamento de pessoas. Reportagem deste Diário, no entanto, mostra que, decorridos 20 meses, apenas 17% da verba anunciada chegou ao destino.

Se tivessem andado de acordo com o compromisso assumido publicamente, com a presença maciça da claque de sempre, as obras já estariam auxiliando os habitantes do Grande ABC a chegar mais rápido aos seus compromissos. No entanto, todas seguem no papel. A mais adiantada é corredor de ônibus em Rio Grande da Serra, cuja ordem de serviço já foi emitida. Se tudo correr bem, o projeto estará concluído no ano que vem. Como se vê, é gigantesco o descompasso entre ficção e realidade.

Faz algum tempo que a sociedade regional deixou de acreditar nas promessas de Dilma Rousseff – tanto que, se dependesse apenas dos votos do Grande ABC, ela não se reelegeria no pleito de outubro passado. Ocorre que a voz das ruas não é ouvida pelos prefeitos, que, obstruídos pelas obrigações partidárias, seguem tentando disfarçar o descaso com que o Planalto trata o Grande ABC. Desdém que, diga-se, beira a falta de respeito.

A importância social e econômica do Grande ABC justifica o fluxo contínuo de repasses financeiros pelo governo federal. Infelizmente, pacto tácito entre lideranças locais e nacionais obriga as sete cidades a ficarem de joelhos, com o chapéu na mão, à espera das migalhas lançadas de Brasília. É preciso recuperar o prestígio. Mas seguir falando baixo com o andar de cima, como fazem determinadas ‘lideranças’, entre aspas, não ajuda. É preciso postura para exigir do Planalto o quinhão que é das sete cidades por direito.